
11 DE MARÇO DE 2011
O vereador José Benedito Lopes (PDT) defendeu a aplicação de punições severas para os presos como forma de diminuir o número de pessoas que se envolvem em crimes no (...)
O vereador José Benedito Lopes (PDT) defendeu a aplicação de punições severas para os presos como forma de diminuir o número de pessoas que se envolvem em crimes no país. Ele também propôs que os detentos sejam obrigados a trabalhar enquanto cumprem pena. As sugestões, feitas durante reunião ordinária na noite desta quinta-feira (10), foram duas das saídas apontadas pelo vereador para contornar o problema da superlotação dos presídios.
Lopes mostrou preocupação com a situação do Centro de Detenção Provisória de Piracicaba. A cadeia, que passa por um surto de conjuntivite, abriga atualmente cerca de 1.500 presos --quando foi inaugurada, a previsão era comportar no máximo 800 detentos. "As punições devem ser mais severas. [O criminoso] Deveria saber que, se comete um crime, vai pagar com rigor. Porque hoje em dia ele sabe que, na cadeia, ele vai lá para comer e beber. Então, ele não liga", comentou.
Lopes se disse favorável à ideia de os presos trabalharem enquanto estiverem detidos, tendo como contrapartida remuneração e diminuição progressiva da pena. "A maioria que depois sai da cadeia e trabalha em algum lugar se recupera. Não devemos ser nós trabalhando para sustentar um preso, mas ele trabalhando para sustentar a família dele", sugeriu.
O vereador também manifestou apoio à possibilidade, discutida em Brasília, de o benefício da saída temporária deixar de ser concedido a presos no país. O benefício vale para quem cumpre pena em regime semiaberto e que, até a data da saída, tenha cumprido um sexto da pena total --se for primário-- ou um quarto --se for reincidente. Em São Paulo, as saídas são concedidas no Natal, no Ano Novo, na Páscoa e nos Dias dos Pais, das Mães e de Finados. "A partir do momento em que a pessoa cometeu um crime, se está presa, ela vai ter de cumprir a pena. O brasileiro sabe que a maioria não volta ou acaba cometendo outros crimes enquanto está em liberdade", afirmou.
MORTES NO TRÂNSITO
Lopes ainda falou sobre a imprudência no trânsito. Ele parabenizou os guardas da Polícia Rodoviária que atuam nas estradas que cortam Piracicaba pelo trabalho de prevenção posto em prática durante o Carnaval. "Graças a Deus, nessas rodovias não houve nenhuma morte", comentou.
O vereador lamentou, porém, o elevado número de vítimas fatais registrado nas estradas federais do país. Foram 213 mortes entre a 0h de sexta-feira, dia 4, e as 24h de quarta-feira, dia 9. O número é 48 por cento maior que o verificado no feriado de 2010, que teve 143 óbitos. A Polícia Rodoviária Federal ainda contabilizou 2.441 feridos e 4.165 acidentes neste que foi o Carnaval mais violento nas estradas brasileiras dos últimos nove anos.
Para o vereador, o aumento no número de mortes nas pistas está relacionado à imprudência dos condutores. Ele citou uma conversa que teve com dois policiais rodoviários, que lhe confidenciaram casos de motoristas que, mesmo tendo ingerido álcool acima do permitido pela lei, voltaram à estrada. "Infelizmente, às vezes os policiais pegam pessoas muito embriagadas, fazem o teste do bafômetro nelas, constatam que o motorista está embriagado, mas a pessoa paga fiança e sai. Então, não existe lei. Para que, então, está servindo o bafômetro?", questionou.
TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918
FOTO: Gustavo Annunciato / MTB 58.557