
27 DE ABRIL DE 2011
O vereador João Manoel dos Santos (PTB) participou, na noite desta quarta-feira, de solenidade em memória das vítimas do holocausto judeu durante a Segunda Guerra M (...)
O vereador João Manoel dos Santos (PTB) participou, na noite desta quarta-feira (27), de solenidade em memória das vítimas do holocausto judeu durante a Segunda Guerra Mundial. O evento, realizado no anfiteatro da Faculdade Anhanguera de Piracicaba, faz parte das comemorações do Dia Municipal da Lembrança, que é celebrado anualmente em 30 de abril e foi instituído na cidade com a aprovação de projeto de lei de autoria de João Manoel.
"O objetivo da data é resgatar um pouco o que aconteceu no holocausto e conscientizarmos a juventude, que é o futuro de nossa sociedade, para não ser manipulada por um inconsequente [como Adolf Hitler], que almejava o poder a qualquer custo", disse o vereador, que enalteceu a parceria entre a Câmara e a Faculdade Anhanguera, que, pelo segundo ano consecutivo, sediou o evento. Além do presidente da Câmara, prestigiaram a solenidade André Gustavo Bandeira (PSDB), segundo secretário da Mesa Diretora; Jayme Rosenthal, representando a comunidade israelita de Piracicaba; Rogério Teixeira da Cruz, diretor da Faculdade Anhanguera; e representantes de outras etnias religiosas e de movimentos homossexuais.
A cerimônia, que durou pouco mais de duas horas, foi iniciada com a execução dos hinos nacionais de Israel e Brasil. Na sequência, os cerca de 180 estudantes que acompanharam a solenidade fizeram um minuto de silêncio em memória das vítimas do holocausto judeu, que também foram lembradas com sete velas acesas, no palco do anfiteatro, pelas autoridades e convidados presentes na cerimônia.
O momento mais aguardado, porém, foi protagonizado pela holandesa Nanette Konig, sobrevivente do holocausto judeu. Hoje com 82 anos, a senhora de cabelos brancos e olhos azuis foi levada aos 15 ao campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha. Ela permaneceu nele de fevereiro de 1944 a abril de 1945. "O nazismo teve motivação econômica. Um quarto da população da Alemanha estava sem emprego. Uma população desesperada é facilmente manipulada", disse a sobrevivente, lembrando que, embora prevaleça a imagem de Adolf Hitler como ditador, o comandante da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial foi eleito democraticamente.
A holandesa deu detalhes de sua passagem por Bergen-Belsen e de como conheceu o húngaro com quem se casou em 1953, em Londres. Nascida em Amsterdã, Nanette estima que 80 por cento da comunidade judaica que vivia na Holanda tenha sido morta durante a Segunda Guerra Mundial. Ao falar do período em que permaneceu no campo de concentração, a sobrevivente chamou de "inferno" o cenário que testemunhava, onde se deparava com "pilhas de esqueletos". "Eram tantos que não havia mais jeito de queimá-los", afirmou.
Nanette disse não aceitar teorias que buscam justificar os crimes cometidos pelos nazistas contra os judeus. "Eu pessoalmente jamais perdoei-os pelo que fizeram", revelou, ao comentar que ainda hoje é despertada, de madrugada, por pensamentos da época em que esteve num campo de concentração.
TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918
FOTOS: Davi Negri / MTB 20.499