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13 DE MAIO DE 2011

II Ciclo Nacional de Conversas Negras: presidente da Câmara se reúne com lideranças locais


O presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, João Manoel dos Santos (PTB) recebeu em seu gabinete, na tarde de ontem (12/05/11), às 15h00 lideranças locais e (...)



EM PIRACICABA (SP)  

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O presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, João Manoel dos Santos (PTB) recebeu em seu gabinete, na tarde de ontem (12/05/11), às 15h00 lideranças locais envolvidas na realização do II Ciclo Nacional de Conversas Negras: "Agosto Negro ou o Que a História Ainda Não Conta", que acontece nos dias 25 a 27 de agosto de 2011, no Salão Nobre "Prof. Helly de Campos Melges". Para as tratativas finais do evento foi estabelecido a criação de um grupo de trabalho, formado por três pessoas: Fátima Eugênio, Wilson Lima e Martim Vieira, que responderão oficialmente pela organização local frente ao poder público e iniciativa privada, juntamente com a presidência da Câmara, em consonância com a Prefeitura Municipal e o Centro de Documentação, Cultura e Política Negra, sob a presidência de Jurandir Silvestre.


No final da reunião, a coordenadora nacional do evento, Arísia Barros, de Macéio, Estado de Alagoas foi comunicada sobre as deliberações da reunião. De imediato, a coordenadora enviou comunicado via e-mail a todos os envolvidos na organização local informando que já nesta segunda-feira, dia 16 será enviada documentação oficializando os interlocutores locais para a realização do evento em Piracicaba. Arísia também informou que a cidade de Maceió está recebendo a visita do cubano Carlos Moore e do embaixador da República de Cabo Verde, Daniel Antonio Pereira para ações referentes ao dia 13 de maio, quando se completa 123 anos da Lei Aurea no Brasil, com o fim da escravidão. O evento em Piracicaba também conta com parceira dos alunos do 5º Semestre de Jornalismo, sob a coordenação do professor Wanderley Garcia.


Preparativos


O encontro de ontem marcou a 4ª reunião preparatória do Ciclo Nacional em Piracicaba. Treze (13) pessoas, entre representantes de entidades participaram da reunião, sob a liderança do presidente da Câmara, João Manoel dos Santos, a diretora do Departamento Administrativo e Financeiro da Câmara, Kátia Mesquita; do Babalorixá Eduardo Gomes e sua assessora, Maria Emília Caparóz; do Ogã Wilson Santos; do presidente da Sociedade Beneficente Treze de Maio, José  Alexandre; do assessor do vereador João Manoel dos Santos, Vanderlei do Carmo; do presidente e representante do Centro de Documentação, Cultura e Política Negra de Piracicaba, José Silvestre e Antonio Filogênio Júnior; do Jornalista Martim Vieira Ferreira e das ativistas negras, Fátima Eugênio, Marcia Benedita de Moraes e Ana Lúcia Braz.


Na reunião foi ratificado os encaminhamentos já realizados para o evento, com destaque à realização de  Audiência Pública convocada no final do ano passado, onde diversas secretarias municipais, a Procuradoria Jurídica do Município, Gabinete do Governo, Guarda Civil Municipal e a própria Câmara de Vereadores atenderam ao Requerimento de convocação aprovado no plenário da Casa de Leis. Na ocasião, líderes comunitários, sindicalistas, a classe política, militantes negros, organizações sociais e a população em geral apoiaram a realização do empreendimento em Piracicaba. 


Programação


A programação do II Ciclo de Conversas Negras deve contar com palestras, oficinas, debates e mesas-redondas. Também estão previstos o lançamento de livros que abordam a temática racial e a exposição de artigos e objetos típicos em barracas. Haverá ainda a entrega de condecorações a cinco personalidades que se destacam nas lutas encampadas pelo movimento negro. As atividades serão desenvolvidas no plenário da Câmara, no salão nobre "Prof. Helly de Campos Melges", Rua Alferes José Caetano, 834, centro.


A consideração é que a adoção de políticas de ações afirmativas contribuíram para a escolha de Piracicaba como sede do 2º Ciclo de Conversas Negras, que teve a primeira edição realizada em agosto de 2010, em Maceió (AL). Entre as medidas colocadas em prática em Piracicaba, destacam-se a lei que reserva 20 por cento de vagas para afrodescendentes no serviço público e a reserva de 40 por cento de participação negra nas publicações oficiais.


Coordenação nacional


Para Arísia Barros, a realização em Piracicaba do 2º Ciclo Nacional de Conversas Negras será a chance de aprofundar o debate sobre discriminação e repressão. "Estamos buscando consolidar o mês de agosto como o mês do "apartheid" da história, que é muito segmentada em datas. A questão racial deveria permear todo o ano. As pessoas acham que o 13 de maio é o dia da abolição da escravatura, quando, na verdade, ainda vivemos prisioneiros de um sistema", disse a coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas.


O movimento Agosto Negro surgiu na década de 1970 na Califórnia, nos Estados Unidos. Caracterizava-se como um mês de grande significado para a cultura negra por ser um período de resistência contra a repressão. A mobilização cresceu e logo se estendeu a outros países que ainda enfrentam a discriminação racial, como Jamaica e África do Sul.


Texto e fotos: Martim Vieira/MTb 21.939 e Ricardo Vasques/MTB 49.918



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Legislativo João Manoel

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