PIRACICABA, QUINTA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2025
Página inicial  /  Intranet  /  Webmail

09 DE MAIO DE 2011

II Ciclo Nacional de Conversas Negras em Piracicaba: organizadores discutem preparativos


Militantes da comunidade negra, bem como alunos do 5º Semestre de Jornalismo, da Universidade Metodista de Piracicaba - Unimep e demais envolvidos na organização d (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Comunicação (1 de 2) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Comunicação (2 de 2) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Comunicação Salvar imagem em alta resolução


Militantes da comunidade negra, bem como alunos do 5º Semestre de Jornalismo, da Universidade Metodista de Piracicaba - Unimep e demais envolvidos na organização do II Ciclo Nacional de Conversas Negras se reuniram na sala da presidência da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na última sexta-feira (06/05/11), às 18h00, em reunião coordenada pelo assessor do presidente João Manoel dos Santos (PTB), Vanderlei do Carmo, para dar continuidade às tratativas frente ao poder público visando a realização do evento na cidade, entre os dias 24 e 27 de agosto de 2011, justamente o ano internacional dos afrodescendentes.


A expectativa é que o prefeito Barjas Negri (PSDB), bem como o Centro de Documentação, Cultura e Política Negra, sob a presidência de Jurandir Silvestre e, a própria Câmara estabeleçam as tratativas necessárias para o evento, que deve trazer para a cidade militantes de movimentos negros de todo o país em debates sobre os meios para enfrentar o racismo estrutural e estabelecer canais de comunicação entre a população e as instituições locais para incentivar o sentimento de pertencimento étnico e social.


A realização do evento em Piracicaba também decorre de audiência pública convocada pelo ex-presidente da Câmara, José Aparecido Longatto (PSDB), que no dia 05 de novembro de 2010 reuniu no salão nobre "Prof. Helly de Campos Melges", as principais autoridades municipais na deliberação do II Encontro Nacional de Conversas Negras. A parceria com a Unimep, por intermédio dos alunos do 5.º Semestre de Jornalismo está sob a coordenação do professor Wanderlei Garcia e, implicará na criação de site próprio, além do respaldo das redes sociais, como Orkut e Facebook, na produção de conteúdos jornaliscos para divulgar o evento, que também recorrerá à iniciativa privada e, organizações sociais, sindicais e empresariais para a sua realização. Também deverá ser criado um ícone a ser hospedado no site da Câmara que auxiliará os interessados na inscrição do evento.


A programação do II Ciclo de Conversas Negras deve contar com palestras, oficinas, debates e mesas-redondas. Também estão previstos o lançamento de livros que abordam a temática racial e a exposição de artigos e objetos típicos em barracas. Haverá ainda a entrega de condecorações a cinco personalidades que se destacam nas lutas encampadas pelo movimento negro. As atividades serão desenvolvidas no plenário da Câmara, no salão nobre "Prof. Helly de Campos Melges" e em locais que ainda serão definidos pela organização.


A adoção de políticas de ações afirmativas contribuíram para a escolha de Piracicaba como sede do 2º Ciclo de Conversas Negras, que teve a primeira edição realizada em agosto de 2010, em Maceió (AL). Entre as medidas colocadas em prática em Piracicaba, destacam-se a lei que reserva 20 por cento de vagas para afrodescendentes no serviço público e a reserva de 40 por cento de participação negra nas publicações oficiais.


Na primeira reunião, conforme foto abaixo, terça-feira, dia 12 de abril contou com as presenças dos vereadores João Manoel dos Santos (PTB) e Bruno Prata (PSDB), da diretora do Departamento Administrativo da Câmara, Kátia Garcia Mesquita, da coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas, Arísia Barros, da militante de movimentos negros Fátima Eugênio, do babalorixá Eduardo Gomes de Oxumaré, do jornalista Martim Vieira Ferreira e do bacharel de Direito Eliel da Fonseca. Na oportunidade, o presidente da Câmara ouviu as sugestões dos participantes da reunião e reforçou o apoio do Legislativo na promoção do encontro nacional.


Para Arísia Barros, a realização em Piracicaba do 2º Ciclo Nacional de Conversas Negras será a chance de aprofundar o debate sobre discriminação e repressão. "Estamos buscando consolidar o mês de agosto como o mês do "apartheid" da história, que é muito segmentada em datas. A questão racial deveria permear todo o ano. As pessoas acham que o 13 de maio é o dia da abolição da escravatura, quando, na verdade, ainda vivemos prisioneiros de um sistema", disse a coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas.


O movimento Agosto Negro surgiu na década de 1970 na Califórnia, nos Estados Unidos. Caracterizava-se como um mês de grande significado para a cultura negra por ser um período de resistência contra a repressão. A mobilização cresceu e logo se estendeu a outros países que ainda enfrentam a discriminação racial, como Jamaica e África do Sul.


Na reunião de sexta-feira (6) estiveram presentes: Fátima Eugênio (Movimento Social Negro), Martim Vieira Ferreira (Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo), Maria Emília Caparróz e Eliel da Fonseca, representantes do babalorixá Eduardo Gomes de Oxumaré; Sabrina Dilio Franzol (aluna Unimep) e o Ogã Wilson Lima Santos. Além da cidadã, Ana Lúcia Braz  e do assessor do chefe de gabinete do vereador João Manoel, Vanderlei do Carmo.

 


Texto: Ricardo Vasques/MTB 49.918
Foto (1) e texto: Martim Vieira/MTb 21.939
Foto (2): Luciano Beccari/MTB 47.054



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Legislativo João Manoel

Notícias relacionadas