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17 DE MARÇO DE 2010

Fundadora do Boldrini participa de simpósio do Fórum Permanente


A Câmara de Piracicaba, conforme iniciativa do vereador André Bandeira (PSDB), na noite de hoje (17), às 19h30, acolheu nas dependências do salão nobre Prof. Helly (...)



EM PIRACICABA (SP)  

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A Câmara de Piracicaba, conforme iniciativa do vereador André Bandeira (PSDB), na noite de hoje (17), às 19h30, acolheu nas dependências do salão nobre Prof. Helly de Campos Melges, com transmissão ao vivo pela TV Câmara, Canal 08 da NET e pela rede mundial de computadores, a Internet, no endereço eletrônico camarapiracicaba.sp.gov.br, a realização de reunião do Fórum Permanente da Pessoa com Deficiência, em simpósio que marcou em Piracicaba o lançamento de projeto que integra pessoas com deficiência e portadores de necessidades especiais, tendo como principal palestrante, a médica oncopediatra Silvia Regina Brandalise, fundadora e presidenta do Centro Infantil Boldrini, hospital filantrópico de Campinas (SP), especializado no tratamento e cura de crianças que sofrem de câncer e outras doenças sangüíneas, criado em janeiro de 1978, se destacando como um dos mais importantes hospitais da América Latina.


O objetivo do projeto em Piracicaba é proporcionar meios que garantam uma inserção completa e permanente na sociedade, bem como a criação de Centro Especializado para instalar e desenvolver atividades como instalação de banco de dados, planejamento e organização, visando a humanização de atendimento a estes cidadãos. A parceria com o Hospital Boldrini, também envolve a Unicamp e PUC de Campinas, além da participação do governo do Estado de São Paulo por intermédio da Rede de Reabilitação Luy Montoro. O advogado, cirurgião dentista e professor, Moustafa Mohamed El-Guindy, patrocinador da vinda da médica Silvia Regina Brandalise e, idealizador do projeto em Piracicaba, também ministrou palestra no simpósio do Fórum Permanente.


Na composição da Mesa Diretiva dos Trabalhos, o representante do presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, José Aparecido Longatto (PSDB), o autor do simpósio, o vereador André Bandeira (PSDB); a representante do Prefeito Municipal Barjas Negri (PSDB), Maria Aparecida Vitti, coordenadora do Programa de Redução da Mortalidade Infantil em Piracicaba; o advogado, cirurgião dentista e professor, Moustafa Mohamed El-Guindy; a diretora e presidenta do Centro Infantil Boldrini, Silvia Brandalise; o jornalista Carlos Eduardo Gaiad, diretor de Comunicação da Câmara, que foi o mediador dos trabalhos da noite; Ana Lúcia Pavão, gestora do Centro de Ancologia da Santa Casa de Piracicaba, em representação ao Provedor da Irmandade da Santa Casa, João Orlando Pavão e, o diretor executivo, Rogério Teixeira da Cruz, da Faculdade Anhanguera.


O jornalista Carlos Eduardo Gaiad destacou a conduta do vereador André Bandeira em ter começado, no ano passado, ações que marcam a inserção de pessoas com deficiência. Destacou que o evento marca novo projeto em Piracicaba, em prol de pessoas com deficiencia e portadoras de necessidades especiais. Já o vereador André Bandeira agradeceu a presença da Dra. Sílvia Brandalise em Piracicaba, por intercessão de Moustafa, citando a recente outorga do título de cidadão piracicabano, entregue pela Câmara ao médico, natural do Cairo, Egito. Bandeira disse que o Fórum Municipal tem a missão de trabalhar com as pessoas com algum tipo de necessidade especial, sendo que há 15 anos não imagiava o tamanho de dificuldades que estas pessoas enfrentam. Aproveitou para citar a passagem do Dia da Mulher, no que pediu licença às presentes para enfatizar o nome de sua Mãe, Dona Elza Bandeira, presente no simpósio, no que agradeceu o esteio, a doação da vida e o apoio familiar por ocasião de acidente que o tornou paraplégico.

Segundo André, trabalhar a questão da deficiência, no dia-a-dia não é fácil, embora exista diversas entidades, voluntários e colaboradores na cidade. Mencionou o pouco que conheceu no Hospital Boldrini, em Campinas, onde a prevalência é pelo carinho e atenção dedicado às crianças. Citou a nova ala do Boldrini, sendo que a idéia em Piracicaba é compor e capacitar hospitais, oferecendo tudo isso às pessoas, sendo necessário um levantamento dos deficientes na cidade.


O jornalista Gaiad registrou a grande presença de alunos da Anhanguera, o que repete sucesso do ano passado, em evento que marcou a realização do Fórum. E, chamou o primeiro palestrante da noite, o médito Moustafa, informando que após receber o título de cidadão Piracicabano ele já está de passagem marcada para os Estados Unidos.


Moustafa iniciou suas considerações citando que após 35 anos conseguiu trazer a Dra. Sílvia para Piracicaba e, comentou sobre a satisfação de ter recebido na Câmara, a concessão do título, e que procurou fazer algo para retribuir a honraria recebida, no que nasceu a semente do projeto. Mostrou alguns slides; com pessoas que perderam a vista, mostrando uma em especial, que já cresceu cega, mas quem é esta pessoa, indagou, ao falar da importância dele: Stevie Wonder, citando que ele quando canta, o mundo pára, sendo que a cegueira não o impediu de fazer música, de fazer tudo o que quer, mesmo sendo cego. E, revelou a história que alguém muito importante em seu país, sétimo de uma família de 13 filhos, que se graduou, conquistando doutorado em Paris, até alguém descobrir que era cego, se tornou reitor da universidade do Cairo, quatro anos depois. Segundo Moustafa, a educação deve ser como ar, com direito a todos. Não existe deficiente, existe sim necessidade especial, das pessoas que superaram deficiências e provaram o quanto são capazes. O indívídio se torna normal, ápto. Não é dar esmola, peixe, rampa, mas dar condição para ser cidadão íntegro, disse.


Moustafa destacou a base viva, com dados científicos, mediante a criação de banco de dados, considerando que no universo de 24 milhões, Piracicaba tem 28 mil deficientes físicos. Defendeu a criação de banco, com  dados concretos, em Piracicaba e região. Em segundo lugar, defendeu o levantamento de todos os tipos de deficiências, comparando os índices mundiais de saúde, para saber quais deficiências a serem trabalhadas. Citou que a terceira etapa não requer trabalho sozinho, devendo haver parceria com projeto mais amplo, a exemplo da Dra. Sílvia, o que evita o gasto desnecessário de dinheiro. De posse dos dados, o passo seguinte é a classificação. E, passa-se ao quarto passo, destacando o que dever ser priorizado, implicando no levantamento de dados científicos.


A prioridade na primeira etapa é sobre metas, passando por planejamento, com atendimento integrado. Lembou que a Dra. Silvia começou nos porões de um hospital, sozinha. Disse que hoje não temos que começar do zero e, sim dar continuidade, a exemplo dos japoneses, que copiaram dos suíssos, na construção de carros e outras ações que hoje evidenciam a qualidade de seus produtos pelo mundo.

Estabelecidas as metas, vem a metodologia, com classe, cursos, cota por empresa, governo, com destaque à independência, apartidário, visando sempre o ser humano. O centro é o paciente, o que garante a sua evolução, como base do trabalho, disse.

No passo três há que haver cronograma, trabalhar com datas, horários, com limites e, cumprir tudo isso. E, no quarto passo, uma avaliação periódica, olhar os passos dados, melhorar e corrigir metas para atingir objetivos. Contar com apoio administrativo e voluntariado, sem que se transforme em cabide de emprego.

No quarto passo, torna-se fundamental o apoio jurídico, com possibilidade de mudar leis para garantir os passos definitivos das ações. Citou dois atos, lembrando que Brandalise não ficou no caminho e, disse que quando chegou ao Brasil não tinha recursos nenhum. O que importa é terderterminação, finalizou.


Na sequência do simpósio, a Dra. Silvia Brandalise discorreu sobre a história do Boldirni. Se deteve sobre a temática, do Fórum Municipal da pessoa com deficiência. E, comentou sobre sua gestão. Disse que o segredo na vida é não ter pressa, sendo que as coisas tem que ser planejanejadas para não parar no caminho. Citou que o Centro de Ressocialização foi pensado há 20 anos.  Disse que fez a reflexão que chegaria o momento de discutir a ressocialização das pessoas, visto que o ambiente dos hospitais está mudando. Reconheceu que a reabilitação é um pouco chata. Também citou o convite do governo do Estado em parceria que viabilizará o desenvolvimento do programa da rede Lucy Montoro. Citou a condição da Anemia Falciforme que afeta mais a comunidade negra, sendo que para este grupo a reabilitação é peça chave. 

 

Destacou a condição do Hospital Boldrini como gestão filantrópica, sendo que as atividades são dividadas em tres segmentos, a começar com alguns programas e atenção multifuncional, onde a  experiência do Boldrini mostra que sozinho não se faz nada.

Há que se avaliar a demanda e nível de utilização de próteses. A consideração é que os profissionais da rede Lucy Montoro, atuam junto com o pessoal da Unicamp. Enfatizou que em cada grupo de enfermidade se estabelece um ciclo de recuperação, sendo que haverá aceleração no fornecimento de prótese, onde o sistema poderá ser comparado ao primeiro mundo, com o apoio da Rede Lucy Montoro, numa ótica em que se privilegia, a nova tecnologia e otimização dos resultados. Disse que no segundo pilar, será a questão da capacitação, onde o menos importante é o médico, incluindo toda equipe. A parceria com a Unicamp e PUC de Campinas facilitará o trabalho, que se desdobrará nas áreas de pesquisa. Citou a contaminação do solo, na baixada Santista, sendo que estudos mundiais indicam problemas de deficências em decorrência ambiental. Citou o caso de Cubatão, com encefalias, onde os casos reduziram com a diminuição da poluição. Reconheceu que podemos construir um mundo melhor daqui a 20 anos.


Citou o que pode nos causar uma grave sequela, no caso da paralisia cerebral. Falou de uma avó (63), que falou de sua neta, talvez de 7, 8 ou 10 anos, sendo que ela não anda, não fala, mesmo assim fez até a quinta série, sendo que aprende por memorização. Ao ler a carta, a nossa responsabilidade é tão grande e simples.  Segundo Brandalise, nos três primeiros minutos se a criança não respirar direito terá sequela a vida inteira.

 

Se o benefício for o homem talvez seja mais fácil, mas se for as coisas aí é mais difícil. Brandalise disse que estão jogando veneno e radiação na batata, contaminando a carne, feijão e a soja.  Todos estes produtos vão para a bomba de Cobauto. O leito mateno já tem nível de pesticida, que a criança bebe. O Câncer da criança de 0 a 18 está em ascendência. De 18 a 44 anos a curva é mais inclinada ainda, o que provoca cânceres de testículo no homem e, na mulher, câncer de mama e tireóide. A grande discussão é a quantidade de hormônio. É necessário rever o que estamos fazendo para as futuras gerações. Há crianças que nascem sem braços, pernas e com outras deficiências. Os agressores que dão doenças crônicas são os mesmos.

 

O conhecer o mundo lá fora, da Universidade, me fez conhecer um trabalho filantrópico. Foi dádiva de vida. Atender uma pessoa deficiente é abraçar o todo universo.  Está em nossas mãos mudar este mundo para melhor, finalizou.

 

No encerramento do evento, o vereador André Bandeira agradeceu a estrutura da Casa, o Departamento de Comunicação, TV Câmara, administração, Cerimonial, Equipe de Gabinete, que se desdobrou para convidar pessoas, ao Dr. Moustafa, pela pessoa que é e, no destaque à semente que foi plantada lá atraz, para colher frutos no futuro. E, conclamou as pessoas que sentirem um golpe na alma que venham a fortalecer o grupo, visando a transformação social.
 

 

 

Martim Vieira Mtb 21.939

Fotos: Davi Negri Mtb 21.939



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939


Fórum Pessoa com Deficiência André Bandeira

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