28 de agosto de 2020
Extinção do Instituto de Terras de SP motiva moção de apelo na Câmara
Texto será remetido aos representantes do governo estadual, Alesp e prefeitura paulistana
O Governo do Estado de São Paulo, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e a Prefeitura do Município de Piracicaba receberão da Câmara de Vereadores de Piracicaba a moção 96/2020. O texto apela para a não extinção da Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo José Gomes da Silva), proposta no projeto de lei 529/2020.
A moção de apelo que a Câmara aprovou nesta quinta-feira (27), na 35ª reunião extraordinária, diz que o fato de Governo do Estado de São Paulo encaminhar à Alesp o projeto de lei para a extinção da Itesp é um "claro ato de desrespeito e desprezo pela vida e pela dignidade humana", pois, com ele, deixariam de existir empresas autarquias e fundações públicas de "inestimada importância à garantia do bem-estar social da população paulista".
Além do governador João Dória (PSDB) e do prefeito de Piracicaba, cópia da moção de apelo será enviada à direção da Itesp.
A propositura cita que a Itesp é responsável pela implementação da política agrária e fundiária do Estado de São Paulo, presta serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) a mais de 7.000 famílias em 140 assentamentos rurais, distribuídos por todo o Estado, e a mais de 1.400 famílias quilombolas, pertencentes a 36 comunidades remanescentes de quilombos presentes, sobretudo, na região do Vale do Ribeira.
"Ambos os públicos atendidos pela Ater da Instituição, agricultores familiares e quilombolas, são reconhecidos, nacional e internacionalmente, por suas imensas contribuições à preservação ambiental e uso racional e sustentável das áreas em que vivem e trabalham, com destaque para a exploração racional dos recursos naturais nas áreas de Mata Atlântica. Sendo também igualmente reconhecidos como os principais produtores de gêneros alimentícios básicos, saudáveis e livres de agrotóxicos que ocupam as mesas e garantem a segurança e soberania alimentar da população", diz o texto da moção.
Ainda na propositura é mencionado que a fundação desenvolve o Programa de Regularização Fundiária Urbana e Rural e que a maior parte das atividades citadas é desenvolvida em regiões e municípios de baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). “O cenário que se impõe torna imperativo o massivo investimento estatal em geração de empregos, garantia da saúde da população e promoção do bem-estar social como instrumentos de política anticíclica, capazes de atenuar e reverter os dramáticos efeitos de tal crise sobre o próprio orçamento público e, sobretudo, sobre a população empobrecida", reforça.
Com a aprovação do projeto de lei na Alesp, a propositura menciona que serão afetadas 9.000 famílias, residentes e produtoras nos assentamentos rurais e comunidades quilombolas do Estado. Segundo a propositura, isso comprometerá "a segurança e soberania alimentar do Estado, além de lançar às fileiras do desemprego os mais de 500 servidores atualmente em serviço".
NOTÍCIAS RELACIONADAS
18 de dezembro de 2020
18 de dezembro de 2020
18 de dezembro de 2020
18 de dezembro de 2020