
14 DE MARÇO DE 2011
Vereadores, secretários municipais e representantes de distintos segmentos da sociedade participaram nesta segunda-feira de nova reunião para discutir a possibilida (...)
Vereadores, secretários municipais e representantes de distintos segmentos da sociedade participaram na manhã desta segunda-feira (14), na Sala da Presidência da Câmara, de nova reunião para discutir a possibilidade de o projeto Cidade Digital ser implantado em Piracicaba. O grupo havia se encontrado pela primeira vez no último dia 22, quando a empresa de segurança G4S Plantech fez a apresentação de sua proposta para o município --a companhia já desenvolve o projeto em outras cidades paulistas, como Indaiatuba e Sorocaba.
O Cidade Digital consiste em empregar recursos de informática e telecomunicações para proporcionar aos moradores serviços baseados em tecnologias digitais. Uma vez implantado, o projeto possibilitaria, por exemplo, a inclusão digital em salas de aula e comunidades carentes, a criação de telecentros e quiosques digitais, o acesso à internet em alta velocidade em toda a cidade, a interligação dos próprios e prédios públicos em uma única rede de computadores, a economia nas despesas com telefone com o uso de recursos de VoIP (voz sobre IP), o monitoramento ininterrupto da cidade por meio de câmeras de segurança e o processamento on-line de rotinas da administração municipal.
A reunião desta segunda-feira serviu para discutir as impressões resultantes do primeiro encontro, debater a viabilidade da proposta da G4S Plantech para a cidade e confirmar os integrantes da comitiva que irá a Indaiatuba no próximo dia 22 conhecer o projeto desenvolvido pela empresa de segurança em parceira com a Prefeitura local. O contato com a G4S Plantech está sendo intermediado por Luiz Carlos Mazzini.
O presidente da Câmara, João Manoel dos Santos (PTB), destacou que uma das principais preocupações do Legislativo, como instituição constituída por representantes eleitos pela população, é de que o sistema que venha a ser implantado na cidade torne-se um importante instrumento no combate à violência. "A questão da segurança é a que mais nos interessa, pois a Câmara é muito cobrada nisso", afirmou. Ele reforçou a necessidade de os debates sobre o projeto serem abertos à população. "Queremos participar para aperfeiçoar o sistema que será implantado. A Câmara está se oferecendo para ser este canal entre a comunidade e o Executivo, com a experiência que temos de articular entre os segmentos da sociedade. Se [o projeto] é para o povo, que o povo participe [das discussões]", disse.
Durante a reunião desta segunda-feira, o secretário municipal de Governo, José Antonio Godoy, informou que a Prefeitura tem no momento um projeto de Cidade Digital em análise no Ministério de Ciência e Tecnologia. A proposta do Executivo piracicabano foi formulada em setembro do ano passado e estaria, segundo Godoy, "em vias de ser aprovado". As despesas para implantação, em torno de R$ 7,5 milhões, seriam bancadas pelo próprio ministério, enquanto ao município caberiam os gastos com a manutenção do projeto. "O objetivo é fazer o monitoramento urbano de todos os locais e prédios públicos, oferecer pontos de acesso à população em toda a cidade e criar um sistema de controle, que seria feito na Prefeitura", explicou o secretário de Governo. Segundo Godoy, o projeto prevê o georreferenciamento de todos os pontos do município e a colocação de seis estações de rádio-base interligadas por fibra ótica, fazendo a cobertura de toda a cidade.
Estiveram presentes na reunião desta segunda-feira o presidente da Câmara e os vereadores André Gustavo Bandeira (PSDB) e Marcos Antonio de Oliveira (PMDB). O vereador Carlos Alberto Cavalcante, o Carlinhos (PPS), foi representado por sua assessoria. Cinco diretores de Departamentos da Câmara acompanharam o encontro: Fábio Dionísio (Legislativo), Carlos Eduardo Gaiad (Comunicação), Kátia Garcia Mesquita (Administrativo-Financeiro), Evandro Evangelista (Cerimonial) e Marisa Libardi (TV Câmara).
Também participaram da reunião os secretários municipais José Antonio Godoy, de Governo, e Maria Angélica Guercio, de Desenvolvimento Social, além de Francisco José Pupin e João Francisco Rodrigues de Godoy, representando respectivamente os secretários de Administração, Newton Furucho, e de Esportes, Pedro Mello.
Como representantes de organizações empresariais e da sociedade vieram Sérgio Fortuoso, pela Acipi; Ana Lúcia Scagnolato, pela ArcelorMittal; Maria Emilia Caparoz, pela Siemaco; Eduardo Gomes, pelo Simesp; Bárbara Labalsi Godoy, pela Creche Lygia Amaral Gobbin; Irmã Magali Gavazzoni, pela Creche Lar Escola; Junia Granziol, pela Creche Ada Dedini; o médico psicanalista Gilberto Pompermayer e Luiz Carlos Mazzini, que intermediou o contato com a empresa G4S Plantech.
INSEGURANÇA
Mazzini acredita que a adoção de um projeto de Cidade Digital pode refletir na diminuição da criminalidade no município. "Todos nós que moramos em Piracicaba e criamos nossas famílias aqui estamos intranquilos com os últimos acontecimentos. Essa insegurança já está incomodando. Como cidadão, estamos no limite", comentou. Ele diz enxergar no grupo que nesta segunda-feira se reuniu novamente para discutir o projeto de Cidade Digital o início de uma mobilização que abrange parcela representativa da sociedade piracicabana. "Percebi que a cidade e as forças constituídas tinham que se envolver mais. E a gente como cidadão tinha que se envolver mais. Talvez esteja nascendo um grupo --com uma representação grande na cidade-- que está preocupado em mostrar aos poderes constituídos que, basta!, é preciso fazer alguma coisa contra isso [a violência]", apontou.
Ele citou um exemplo de como o Cidade Digital pode ajudar no combate à violência, citando a experiência de Indaiatuba. "Lá, todos os veículos que entram na cidade, em qualquer entrada, são fotografados. Quando há um roubo, registra-se a placa num sistema, que cruza informações com outros roubos." A tabulação dos dados ajuda a polícia a identificar mais rapidamente os autores do crime, o que tem levado à queda do número de roubos e furtos na cidade, segundo Mazzini.
Mazzini acredita que "toda a população" será beneficiada com o projeto. "Essa onda de violência tem que acabar. Muitos crimes acontecem por causa da impunidade e porque não há um sistema inteligente que possa inibi-los. O Cidade Digital vai preparar o munícipio e as pessoas a se prevenirem contra a criminalidade. Como cidadão, quero dar minha contribuição, mesmo sabendo que é uma gota d´água num oceano", concluiu.
TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918
FOTOS: Davi Negri / MTB 20.499