
12 DE NOVEMBRO DE 2010
Eduardo Gomes, da entidade Ylê Axé, ao ocupar a Tribuna Popular, da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na reunião ordinária de ontem (11) comentou sobre a lei que (...)
Eduardo Gomes, da entidade Ylê Axé, ao ocupar a Tribuna Popular, da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na reunião ordinária de ontem (11) comentou sobre a lei que proíbe o sacrifício de animais em rituais religiosos em Piracicaba. Iniciou suas considerações pedindo a benção aos mais velhos e mais novos, além de evocar ancestralidades. Também na condição de integrante do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), se limitou a falar da história de Piracicaba, especialmente nos meados dos anos 70, quando Mãe Tita, na Vila Rezende, criou o Primeiro Terreiro de Cadomble em Piracicaba, sendo um dos primeiros a frequentar o terreiro, que hoje, foi para o vale do Sol, no Parque Piracicaba. Eduardo reiterou a importância de se pesquisar. "Como é que não somos cidadãos de bem, em função das questões sindicais que fazemos. Pego o meu carro, vou fazer caridade, levar cestas básicas para a comunidade. Diferente de outros sacerdotes, vou para as comunidades", disse. Também relatou um caso de desrespeito aos animais, ao passar pela zona rural, quando se deparou com umas vacas, em puro osso, dando de mamar a seus bezeirrinhos, em função da seca. Em aparte à fala de Eduardo, o vereador João Manoel dos Santos (PTB), assumiu uma mea culpa por votar o projeto sem convidar as partes envolvidas. "Errei em ter votado", disse. Segundo Eduardo Gomes, é muito fácil falar daquilo que não se conhece. Disse que ligou para o vereador Trevisan, autor do projeto, porém ele não quiz escutar.
A vereadora Márcia Pacheco (PSDB) solicitou uma Questão de Ordem, na fala de Gomes para também assumir sua mea culpa. "Não confiarei mais em projetos do Trevisan", disse, lembrando que tinha entendimento de que o parlamentar havia consultado as religiões.
O vereador Laércio Trevisan Júnior (PR) solicitou Pela Ordem, primeiramente para ressaltar ao público, tentando mostrar como as pessoas são vulneráveis, onde se monta um discurso político, uma armação. O parlamentar disse não aceitar que pessoas experientes não saibam votar.
Também numa Questão de Ordem, o vereador Bruno Prata (PSDB) disse que votou enganado. Em suas considerações finais, Eduardo Gomes destacou que dentro das religiões de matriz africana, pode dizer que tais atrocidades não existem. "Somos adoradores da natureza. A pessoa que fez isso cabe prisão", disse. Eduardo disse que passou documento aos vereadores com relação às religiões de matriz africana para reforçar a inconstitucionalidade do texto. Indagou sobre onde está que qualquer legislativo pode legislar sobre cunho religioso e dogmas. Lembrou que as religiões não nasceram no Brasil.
Martim Vieira Mtb 21.939
Foto: Fabrice Desmonts Mtb 22.946