Eduardo Gomes, da entidade Ylê Axé, ao ocupar a Tribuna da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na reunião ordinária de hoje (06/12/10), na condição de Orador Popular, comentou sobre a lei que proíbe o sacrifício de animais em rituais religiosos em Piracicaba. Iniciou suas considerações pedindo a benção aos mais velhos e mais novos, além de evocar ancestralidades. Se referiu aos fatos ocorridos, entendendo que está havendo desrespeito com relação à religião. "Somos quietos no nosso canto e sempre agredidos", disse.

Gomes citou o posicionamento do Vereador Laércio Trevisan Júnior (PR), que chegou a dizer que se o veto não fosse derrubado poderia rasgar a bíblia. "Em nossas oferendas o animal é para suas bocas". Gomes indagou sobre quantas famílias cristãs  fazem suas oferendas para agradecer os alimentos. "Vamos usar a razão e respeitar aquilo que não se conhece e estudar aquilo que não se conhece. A partir do momento que se conhece pode-se opinar", disse.

Gomes também citou a Lei 10.639, que faz a reeleitura do negro no Brasil, resgatando a identidade do negro na questão religiosa, onde diziam que o negro não tinha alma, atribuindo à macumba, sendo que macumba é um instrumento  musical. Gomes citou que hoje começa-se a discutir as diferenças, nas ações afirmativas, como resgate da história. Citou recente encontro, com comitiva do nordeste, na realização do II Ciclo Nacional de Conversas Negras, que acontece em Piracicaba no mês de agosto de 2011, onde o Brasil assinou Convenção de Durban. "Como é que ficará a Câmara nestas discussões", indagou. Gomes disse que na Igreja Católica existe o benzimento dos animais. Reconheceu que o movimento em Piracicaba está recebendo apoio do Estado inteiro.

Martim Vieira Mtb 21.939

Foto: Gustavo Annunciato Mtb 58.557