
29 DE JUNHO DE 2011
Dando sequência à programação da 11ª Semana Municipal sobre Álcool e outras Drogas, o assistente social Miguel Ângelo Bersani, coordenador do Programa de Redução de (...)
Dando sequência ao ciclo de palestras incluído na programação da 11ª Semana Municipal sobre Álcool e outras Drogas, o assistente social Miguel Ângelo Bersani, coordenador do Programa de Redução de Danos da Prefeitura de Santos, falou sobre "Drogas e Redução de Danos". Temas como a chantagem emocional imposta pela mídia, os problemas sociais gerados pelas drogas e a maneira como o problema deve ser encarado foram debatidos na manhã desta quarta-feira, 29, no Salão Nobre da Câmara de Vereadores de Piracicaba.
Bersani começou a palestra com a exibição de vídeos educativos, produzidos no continente europeu, que encaram a questão da dependência química como um problema de saúde pública, com campanhas, porém, que não provocam o sensacionalismo, mas, sim, que chamam a atenção, mostrando os efeitos colaterais que o uso compulsivo de drogas pode gerar à sociedade.
"As campanhas publicitárias na Europa visam chocar a população, através da figuração dessas histórias. Ao ver esse plano de mídia, as pessoas se atentam ao assunto", comentou o palestrante. Os representantes de entidades assistenciais e do poder público que estavam presentes no evento acompanharam ainda um vídeo que mostra a realidade do Centro de São Paulo, na região conhecida como "cracolândia".
De acordo com Bersani, o marketing contra as drogas não surte efeito na população brasileira, porque a sociedade não está preocupada com as consequências que o seu uso pode causar, por se tratar de sintomas de longo prazo. "Quando alguém vê aquelas imagens estampadas nas embalagens de cigarros, elas [as pessoas] sabem que aquilo demora para acontecer", salientou.
O palestrante, que, ao longo dos anos, trabalhou com vários adolescentes que se tornaram dependentes químicos, disse que a droga não pode ser encarada como um monstro da sociedade, pelo fato de ter feito parte dela desde o início da humanidade, inclusive em culto religiosos. "Colocar medo nas pessoas não vai reduzir o dano causado por essas substâncias tóxicas. O efeito de entorpecentes é prazeroso, por isso é importante focar a política de conscientização", explicou.
"Existem os experimentadores, aqueles que possuem algum tipo de deficiência mental, muitos usam por insatisfação com a qualidade de vida ou por traumas psicológicos, além daqueles que têm fácil acesso às drogas", destacou Bersani durante a palestra, com o objetivo de mostrar que é necessário conhecer a individualidade de cada pessoa, para que seja feito um trabalho de acompanhamento no tratamento da dependência.
"Políticas de redução de danos são apenas uma ferramenta no combate às drogas. E não é simples utilizá-la, pois precisamos fazer um grande investimento para entender minuciosamente tudo o que generaliza esse problema social", finalizou Bersani, que ainda respondeu várias perguntas sobre o seu trabalho na Prefeitura de Santos, encaminhadas pelos participantes, durante a mesa-redonda que foi formada após a palestra.
Texto: Tony Costa – Mtb 58.922
Fotos: Davi Negri - Mtb 20.499