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30 DE ABRIL DE 2020

Do RS ao CE, internautas participam de curso da Escola do Legislativo


Cerca de 50 pessoas assistiram a palestra sobre as principais pragas que afetam a saúde das árvores nas cidades.



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Assessoria parlamentar Salvar imagem em alta resolução




Pessoas de vários Estados do país assistiram via internet, na tarde desta quarta-feira (29), a mais uma etapa do curso "Silvicultura urbana: plantar, avaliar e manejar", oferecido gratuitamente pela Escola do Legislativo, da Câmara de Vereadores de Piracicaba.

Graças à plataforma virtual Zoom, quem se inscreveu para a atividade pôde participar da aula comandada por Rogério Oliveira, engenheiro florestal, mestre em silvicultura e manejo florestal e doutor em ecologia aplicada.

Mais de 50 internautas acompanharam a apresentação, de cidades como Porto Alegre, Bagé e Santa Cruz do Sul (RS), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ), Petrolina (PE) e Juazeiro do Norte (CE).

O professor abordou o universo das pragas que afetam a saúde das árvores nas cidades. Como ele mesmo frisou, o conteúdo, condensado em duas horas de transmissão, foi uma síntese do que, na universidade, é visto ao longo de várias aulas.

Trazer o tema, pertinente a gestores públicos e interessados em meio ambiente, para a Escola do Legislativo foi uma oportunidade de democratizar o conhecimento para além do ambiente acadêmico, salientou a vereadora Nancy Thame (PV), diretora da Escola.

Ela, que acompanhou toda a apresentação de Rogério Oliveira, destacou que a realização do curso por videoconferência (já que a quarentena para o combate do avanço do novo coronavírus inviabiliza eventos presenciais) permitiu a participação de internautas de todo o país.

"O fato de estarmos fazendo on-line dá a possibilidade de pessoas do Brasil inteiro acompanharem: gente de vários Estados, muitas ligadas a prefeituras. Existe pouca disponibilidade de um tema como este fora da universidade, ao mesmo tempo em que há muita demanda por pessoas que trabalham a paisagem urbana", comentou Nancy Thame.

A vereadora lembrou que o conteúdo de todo o ciclo, assim como outros eventos transmitidos pela Escola do Legislativo, podem ser conferidos no YouTube. "A Escola segue cumprindo o seu papel e, com esse novo formato, abre a possibilidade de participação de gente do Brasil inteiro. Estamos muito satisfeitos pelos resultados."

A opinião foi partilhada por Rogério Oliveira. "Estou feliz com isso, conhecimento tem que ultrapassar essa barreira. Com a internet e os eventos on-line, conseguimos alcançar um público muito grande", afirmou.

O professor traçou um panorama geral das pragas urbanas mais nocivas às árvores. Primeiro, explicou a anatomia básica de um inseto; depois, mostrou como a forma como as árvores estão dispostas nas cidades colabora para se tornarem alvos de ataques.

"Podas drásticas acima do permitido, canteiros muito pequenos ou concretados e a pintura dos troncos são estresses causados às plantas. Toda planta estressada naturalmente vai atrair insetos pela liberação de substâncias químicas. Eles vão procurá-la para iniciar um ataque", contou.

Rogério Oliveira observou, no entanto, que nem todos os insetos podem ser classificados como pragas. "Nas cidades, temos, além de pragas, insetos que são polinizadores, predadores e outros que não causam danos, mas interagem com as árvores, como os gados-de-árvore, que são detritivos, alimentando-se da casca."

Para ser considerado praga, continuou, é necessário que "a população de uma determinada espécie atinja um nível populacional onde os danos promovam prejuízos econômicos". "Um único indivíduo não é uma praga", comparou. 

As pragas, segundo o engenheiro florestal, dividem-se em sugadores, mastigadores e desfolhadores e podem gerar os seguintes danos: destruição de folhas, ramos, botões florais, cascas ou frutas da planta; sucção da seiva de folhas; broqueamento ou anelamento da casca, ramos, frutos e sementes; geração de tumor em alguma parte da planta para servir de abrigo e alimento; ataque a raízes ou colo da planta; destruição das folhas; utilização de partes da planta para a construção de ninhos ou refúgios.

Rogério Oliveira mostrou, caso a caso e com imagens, o ciclo de vida e as formas de ataque das principais pragas (como percevejos, pulgões e cupins), além das espécies de plantas que elas atacam, desde cítricas a sibipirunas e ipês amarelos. Também abordou os tratamentos mais indicados, que incluem, a depender da situação, poda, óleo mineral e uso de detergente para matar por asfixia.



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Escola do Legislativo Nancy Thame

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