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29 DE JANEIRO DE 2021

Diretora de Educação expõe preocupações 'do volta às aulas'


Dirigente do Sindicato dos Municipais leva ao presidente Gilmar Rotta temeridades quanto ao retorno presencial, defendeu o adiamento do retorno e a volta do home office



EM PIRACICABA (SP)  

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Samantha Maniero é diretora de educação do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Piracicaba



A proximidade do retorno presencial das aulas da rede municipal de educação tem trazido preocupações aos professores, diretores e todos os funcionários das unidades escolares, principalmente devido ao aumento do número de casos de pessoas que contraíram a Covid-19. Reuniões, mobilizações, requerimentos já protocolados por vereadores expõem as dúvidas quanto aos protocolos sanitários e à segurança de alunos e profissionais e o adiamento do volta às aulas é defendido por entidades que representam a categoria.

Nesta quinta-feira (28), o presidente da Câmara de Vereadores, Gilmar Rotta (Cidadania), recebeu a representação do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Piracicaba, que relatou uma série de inconsistências de planejamento para o retorno seguro. Samantha Maniero, diretora de Educação da entidade, apontou que não há resistências em retornar as atividades presenciais, desde que haja protocolos e estratégias bem definidas, garantindo a segurança de todos. “É perfeitamente compreensível que um novo governo, que ainda não teve o tempo necessário para conhecer toda a rede, não esteja com todo plano definido. Por isso, é importante que se reconsidere o retorno das atividades presenciais enquanto se mantiver a ascendência dos casos e adiando, talvez, até a imunização da população”, disse.

A previsão da Secretaria Municipal de Educação é que o retorno das aulas aconteça no dia 1 de fevereiro, de forma virtual, e no dia 8, presencialmente. Segundo a dirigente, devido à antecipação das férias dos professores –– que retornaram às unidades em 12 de janeiro ––alguns preparos das escolas não foram concluídos, com a limpeza das caixas d’água. Para ser realizado o serviço, é necessário que o fornecimento de água seja interrompido, impedindo, por exemplo, a higienização das mãos, ação fundamental para o combate à transmissão do Sars Cov-2, que transmite a doença Covid-19.

Segundo a diretora, durante muitos meses a rede municipal, contando com a participação de outros órgãos, como o próprio Sindicato e o Conselho Municipal de Educação, esteve envolvida na construção e um protocolo sanitário de segurança, embasado em modelos e pesquisas e que consideraram a presença do aluno desde a chegada na escola até sua volta para casa. “Pelas informações que estamos obtendo, ainda em pouco volume, este protocolo não está sendo considerado e algumas orientações que chegam às unidades geram dúvidas em vez de tranquilidade”, explica.

Ela aponta também que não foram distribuídos até o momento os EPI’s (Equipamentos de proteção Individual) aos profissionais e que a grande preocupação é no grande volume de pessoas que passará a circular na cidade, em um momento de alta dos casos. Mesmo nas escolas, este aumento já é percebido entre os funcionários. A testagem iniciada no final de semana passado, também não foi uma medida que ajudou a frear esse contágio, visto que os resultados destes testes rápidos foram conhecidos no dia anterior, e as pessoas positivadas continuaram trabalhando nas escolas até receberem o resultado, colocando todos em risco. 1/4 dos profissionais da rede foi testado até agora.

Segundo ela, são mais de 4.000 funcionários das escolas, saindo de casa, tendo contato com muita gente nas escolas e, ao retornar, poderão contaminar as pessoas dentro de casa, como os idosos. Serão, neste caso, mais muitas mil famílias que circularão para levar seus filhos às escolas e toda a estrutura indireta que isso envolve. “Durante todo ao ano passado foram cumpridas as tarefas. Entendemos todos os impactos que isso ocasiona na formação das crianças. Mas imagine a criança vir à escola e não exercer o que ela busca, a brincadeira com os amigos, a diversão no parquinho, como fazer o distanciamento com crianças pequenas que precisam, nesta fase, do acalanto do colo dos professores?”, disse. Por isso, neste momento o ideal seriam o adiamento do retorno e o retorno ao home office e atendimento remoto às crianças e famílias.

Diante dos relatos, o presidente Gilmar Rotta informou a realização de uma reunião com o secretário municipal de Educação, João Marcos Thomaziello, nesta segunda-feira, dia 1º, com os vereadores. “Vamos levar estes e outros questionamentos a fim de que possamos contribuir para que o retorno das aulas não seja mais uma razão para o colapso na rede municipal de saúde”, disse o presidente. A reunião acontecerá no Salão Nobre Helly de Campos Melges, restrita aos vereadores, mas com transmissão pelos meios de



Texto:  Valéria Rodrigues - MTB 23.343
Revisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Educação Gilmar Rotta

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