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18 DE DEZEMBRO DE 2009

Coplacana prevê crescimento com diversificação cultural


Os diretores da Cooperativa dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (Coplacana), sob a presidência de José Coral, em coletiva de imprensa na tarde de ontem (17), às (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Comunicação Salvar imagem em alta resolução


Os diretores da Cooperativa dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (Coplacana), sob a presidência de José Coral, em coletiva de imprensa na tarde de ontem (17), às 15h00, nas dependências do Centro Canagro José Coral, onde a Câmara de Vereadores de Piracicaba esteve representada pelo Jornalista Martim Vieira, apresentou balanço oficial da entidade que aponta que apesar da crise, houve crescimento de 12%, em faturamento que contabilizou R$ 300 milhões contra os R$ 256 milhões do ano passado nas vendas de insumos, o que permitiu a criação de duas novas unidades, em Igarapava/SP e em Goiás, para atender os fornecedores do grupo Cosan.


Na oportunidade, os diretores também anunciaram a realização de testes, por empresa não divulgada, para a produção de açúcar de beterraba, a exemplo do que acontece na Europa. Esse tipo de cultura pode vir a substituir gradualmente a da cana na região, principalmente pela facilidade do plantio em terreno com declividade, com colheita simples, fácil e possibilidade de semimecanização. O processo poderá decretar de vez o fim do "carvãozinho", provocado pela queima da palha da cana-de-açúcar.


O diretor Arnaldo Bortoletto disse que a beterraba pode surgir como alternativa principalmente para pequenos produtores de cana - 800 em média, proprietários de um a 50 hectares de terra -, que não têm verba para investir em maquinário para colheita em declive e precisarão se adapatar à lei do fim de queima da cana até 2017. Grandes produtores terão que deixar de queimar em 2014. Já em 2010, todo produtor será obrigado a colher 20% de cana crua. A Europa dedica em torno de 3,5 milhões de hectares ao plantio da beterraba açucareira - o que é diferente da hortaliça de mesa.


Na avaliação dos diretores, a usina de biodiesel da Coplacana deve começar a produzir a partir do óleo de soja, ainda no primeiro semestre de 2010. Também haverá experiências com outros óleos. A indústria de biodiesel local é capacitada para a produção de todo tipo de óleo, mas a morosidade no avanço das pesquisas ocorre por conta das mudanças feitas pela agência reguladora na legislação. "Vamos testar outros óleos para saber se a qualidade influi na finalização do biocombustível", disse.


Segundo os diretores, a produção de soja em grãos também foi positiva este ano, com 135 mil sacas de 60 quilos cada, além das 225 mil sacas de milho. A soja possibilita agregar valores, usando o farelo na produção e comercialização do excedente. De acordo com o diretor Arnaldo Bortoletto, os produtores não devem se dedicar a uma única cultura cíclica. Piracicaba busca a diversificação com a soja, do milho e do leite, que em breve produzirá mussarela e iogurte. Mas os produtores regionais insistem no plantio de cana, porque é o que lhes dá direito aos serviços do Hospital dos Fornecedores de Piracicaba, segundo a cooperativa. "Isso provoca a resistência dos pequenos e quem renova são os maiores, falou Bortoletto.
 

A alta no preço do álcool está sendo visto como um sinal de que o mercado reencontrou o equilíbrio necessário para investimentos na lavoura. A diversificação de cultura, com soja e milho, também está se demonstrando um instrumento eficiente para compensar a receita dos médios e grandes produtores. Aos pequenos produtores, a orientação é que complementem a renda com a produção  de leite, fornecido pela Cooperativa de Produtos Lácteos (Coplac), que investiu este ano R$ 100 mil em sua estrutura para poder produzir queijo, o que demandará mais matéria prima.


"Por isso estamos incentivando a pecuária, com o Boitel, um hotel para hospedar os animais de quem não tem espaço adquado", disse Coral. O objetivo do boitel é permitir que os cooperados diversifiquem suas atividades e possam utililizar a pecuária intensiva em sinergia com a produção de cana-de-açúcar. Hoje já são hospedados duas mil cabeças. O setor, no entanto, também não está beneficiado pelos preços do mercado. Para dar conta desse complexo de alternativas, a Cooperativa tem se estruturado para adquirir a  produção de grãos, que é armazenada, processada e escoada ao mercado. O próximo passo será colocar em funcionamento a usina de biodiesel, o que deve acontecer no segundo semestre de 2010, agregando mais valor às commodities.

 

Foto e texto: Martim Vieira Mtb 21.939
Fonte: Gazeta de Piracicaba
          Tribuna Piracicabana



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939


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