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27 DE AGOSTO DE 2020

Cineasta selecionado no Festival de Cannes relata trajetória em live


João Paulo Miranda participou da live desta quarta-feira (26) do programa Parlamento Aberto



EM PIRACICABA (SP)  

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João Paulo Miranda Maria foi o entrevistado desta quarta-feira (26)







O cineasta João Paulo Miranda Maria, diretor do curta A menina que dançou com o diabo, ganhador do prêmio especial do júri do Festival de Cannes, participou da live desta quarta-feira (26) do programa Parlamento Aberto. Ele falou sobre sua trajetória no cinema e suas maiores referências no meio cinematográfico.

Nascido em Porto Feliz, João Paulo viveu grande parte da vida em Rio Claro, onde fundou, em 2005, o coletivo Kino-olho, para discutir e trabalhar na criação de produções autorais. Inicialmente, o coletivo utilizava técnicas simples para a gravação de filmes-ensaios, atividades de experimentação da linguagem do cinema, com o uso até mesmo de celulares.

O cineasta relatou que, em sua trajetória, buscou trabalhar, primeiramente, no amadurecimento “do olhar” com exercícios de ensaio. Quando sentiu-se seguro para dar os próximos passos, começou investiu no primeiro curta, Command Action, gravado com recursos conquistados com uma rifa. O curta foi selecionado para a Semana da Crítica e possibilitou que o cineasta se aproximasse de importantes produtores da França.

“As pessoas pensam que o cinema é só a filmagem, o set de filmagem, mas a filmagem é uma ponta do icebgerg. Você tem muita coisa, desde a escrita, a preparação de pesquisa, pré-produção, até chegar nos dias de filmagem”, comentou o cineasta.

De volta a Rio Claro, João Paulo trabalhou no curta “A moça que dançou com o diabo”, selecionado no prêmio especial do júri do Festival de Cannes e, posteriormente, no curta “Meninas Formicidas”, selecionado no Festival Internacional de Cinema de Veneza.

João Paulo Miranda participou de uma residência artística promovida pelo Festival de Cannes. No projeto, que seleciona apenas três diretores do mundo inteiro, o cineasta passou um semestre em Paris desenvolvendo um novo roteiro.

Ele também realizou mestrado na Unicamp (Universidade de Campinas), onde teve contato com Jean Pierre Gohin, participante do Grupo Dziga Verto, criado pelo cineasta Jean-Luc Godard e estudantes, experiência que inspirou o cineasta para a criação do coletivo Kino-olho. Para João Paulo, o Grupo Dziga Verto provocou uma “revolução cinematográfica por meio de filmes complexos e radicais”.

O entrevistado falou sobre a característica de suas produções, com a apresentação de personagens com referências do cenário caipira e a mistura de profissionais da atuação com pessoas inexperientes no cinema. O cineasta acredita que as produções do interior precisam valorizar a paisagem das cidades e incorporar a essência da região na qual o curta ou longa será produzido.

“No cinema, você faz uma reflexão sobre onde vai colocar a sua câmera. O grande peso vem de você trazer um embasamento teórico, um argumento muito enraizado forte para que aquilo venha com convicção”, disse João Paulo.

João Paulo falou sobre suas referências de cinema para suas produções.  O cineasta apontou os produtores: Mário Peixoto, criador de “O inútil de cada um”, Glauber Rocha, de “Deus e o diabo na terra do Sol”, e Eduardo Coutinho, diretor do documentário “Edifício Master”.

Na live, o cineasta também fez crítica à falta de investimento na Ancine (Agência Nacional do Cinema) e a disseminação de informações falsas sobre as leis de incentivo ao cinema.

ACESSE O CONTEÚDO

As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

Para receber as informações do Parlamento Aberto direto no celular, cadastre-se na lista de transmissão do Whatsapp, neste link.



Texto:  Larissa Souza
Revisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Cultura Parlamento Aberto

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