
04 DE OUTUBRO DE 2013
Moção de apelo de Capitão Gomes pede a criação de uma ala de tratamento de dependentes químicos no futuro Hospital Regional de Piracicaba.
Moção de apelo de Capitão Gomes foi aprovada nesta quinta-feira
O vereador Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), pede ao prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) que interceda junto ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para a criação de uma ala de tratamento de dependentes químicos no futuro Hospital Regional de Piracicaba.
No texto da moção de apelo 193/2013, aprovada na reunião ordinária desta quinta-feira (3), o parlamentar recorda que Piracicaba já teve dois hospitais para esse tipo de tratamento: a Clínica Psiquiátrica "Dr. José Leny Jardim", anexo à Santa Casa de Misericórdia, e o Hospital Psiquiátrico "Dr. Cesário Motta Filho" ––ambos desativados há mais de 20 anos, "sendo que, até a presente data, nenhum outro serviço foi oferecido aos doentes da cidade, o que tem obrigado as famílias a procurarem acolhimento em outros municípios".
Capitão Gomes alega que o convívio com o dependente faz com que os familiares adoeçam emocionalmente e também precisem passar por tratamento. "Ao mesmo tempo, é importante que a família receba orientações a respeito de como lidar com o dependente, o que fazer, o que não fazer e como proteger a si e aos demais membros da família de problemas emocionais causados pela doença do dependente", afirma.
Porém, o parlamentar lembra a dificuldade de os familiares entenderem tal necessidade. "Muitas vezes, os familiares se assustam quando falamos que também eles necessitam de tratamento; ninguém quer ser considerado doente. No entanto, todos os familiares de dependentes que encontramos durante nossa vida profissional nos relataram pelo menos alguma consequência ou problema relacionado à dependência de uma pessoa próxima. Acredito que, quanto mais tempo o dependente e o familiar levarem para admitir a real necessidade de ajuda, maior será o sofrimento."
DEPENDÊNCIA - De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a dependência química caracteriza-se como doença, pois é uma alteração da estrutura e do funcionamento normal da pessoa. Por definição, como o diabete ou a pressão alta, a doença da dependência não é culpa do dependente. "O paciente somente pode ser responsabilizado por não querer o tratamento, assim como poderíamos cobrar o diabético ou o cardíaco de não querer tomar os medicamentos prescritos ou seguir a dieta necessária", argumenta Capitão Gomes.
A dependência química não tem uma causa única. Trata-se de um produto de vários fatores que atuam ao mesmo tempo, sendo que, às vezes, uns são mais predominantes naquele paciente específico que outras. No entanto, sempre há mais de uma causa. Uma predisposição física e emocional para a dependência, própria do indivíduo, é uma delas.
"Vivendo como um dependente, o paciente acaba tendo uma série de problemas sociais, familiares, sexuais, profissionais, emocionais e religiosos, que são consequências e não causas de seu problema. Portanto, as causas são internas, não externas. Problemas de vida não geram dependência química. Sem tratamento adequado, as dependências químicas tendem a piorar cada vez mais com o passar do tempo", conclui Capitão Gomes.