
28 DE MARÇO DE 2011
O vereador Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), fez uso da tribuna na Reunião Ordinária desta segunda-feira (28) para alertar a população sobre os malefício (...)
O vereador Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), fez uso da tribuna na Reunião Ordinária desta segunda-feira (28) para alertar a população sobre os malefícios do bisfenol-A --substância usada na produção de plásticos e resinas, que se desprende dos objetos com o aquecimento e se torna prejudicial à saúde. O parlamentar também convidou a todos para o seminário que será realizado nesta sexta-feira (1º) e que discutirá os problemas envolvidos em relação a essa substância.
O produto já é proibido em três países: Canadá, Costa Rica e Dinamarca. Algumas regiões dos Estados Unidos vetaram também a fabricação de mamadeiras com o policarbonato.
“O cuidado que devemos ter compete a nós, à população e, principalmente, às mães, que se preocupem mais com os filhos e perguntem ao vendedor da loja, antes de adquirir um produto, se o bisfenol-A está na composição”, relatou o vereador, ao levar em conta que a substância é encontrada principalmente nas mamadeiras de plástico.
Segundo Capitão Gomes, o bisfenol-A está no mercado há mais de 120 anos, e a vantagem das indústrias é que o produto deixa o plástico mais maleável, tornando o lucro cada vez maior. “Todos nós estamos vulneráveis às toxinas”, completou. Entre os riscos à saúde de quem ingere com frequência esse composto químico estão o aborto, a má formação fetal e anomalias em bebês, no fígado e no cérebro. A substância ainda pode causar câncer, leucemia, diabetes e diminuição de qualidade e quantidade de espermas, entre outras.
“É interessante, você come sem saber e adoece sem sentir”, afirmou o vereador.
O parlamentar ainda enfatizou à população para procurar nas embalagens um símbolo triangular com o número 3 ou 7, numeração que aponta maior risco de o produto se desprender da embalagem.
CONHEÇA MAIS SOBRE A SUBSTÂNCIA:
O QUE É O BISFENOL-A?
O bisfenol-A (BPA) é um composto utilizado na fabricação do policarbonato, um tipo de plástico rígido e transparente. É também um dos componentes da resina epóxi (plástico termofixo que endurece quando misturado a um agente catalisador ou "endurecedor"), presente, por exemplo, no revestimento interno de latas para evitar a ferrugem. Apesar do plástico ser considerado estável, já se sabe que as ligações químicas entre as moléculas do BPA são instáveis, permitindo que o químico se desprenda do plástico e contamine alimentos ou produtos embalados com policarbonato ou resina epóxi. No caso de aquecimento do plástico, a contaminação por BPA é ainda maior.
ONDE O BISFENOL-A É ENCONTRADO?
É encontrado em grande parte das mamadeiras de plástico, nos enlatados (como revestimento interno), em garrafas reutilizáveis de água (squeezes), em embalagens plásticas para acondicionar alimentos na geladeira, em copos infantis e em materiais médicos e dentários
QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DO USO DO BISFENOL-A?
O bisfenol-A age como alguns dos hormônios presentes no corpo humano e pode comprometer a saúde. Estudos sugerem que a parte mais afetada é o sistema reprodutivo, sendo fetos e bebês os mais vulneráveis à sua exposição. Outras pesquisas associam o bisfenol-A a uma maior incidência de obesidade, problemas cardíacos, diabetes, câncer na próstata e de mama, puberdade precoce e tardia, abortos, anormalidades no fígado em adultos e também problemas cerebrais e no desenvolvimento hormonal em crianças e recém-nascidos. O componente químico também foi associado a problemas sexuais em homens, como a diminuição da qualidade e da quantidade de esperma.
TEXTO: Alinne Schmidt
FOTO: Emerson Pigosso – Mtb: 36.356