
04 DE NOVEMBRO DE 2014
Regra aprovada pela Câmara vale só para hospitais privados. Decisão de implementar ou não a norma nas unidades de saúde da rede pública municipal caberá ao prefeito.
Projeto de lei complementar de Gilmar Rotta foi aprovado na reunião ordinária desta segunda
Os hospitais privados de Piracicaba serão obrigados, a partir de agora, a notificar à Secretaria Municipal de Saúde os atendimentos de casos de gestantes que sejam dependentes químicas. A nova regra foi aprovada pela Câmara na reunião ordinária desta segunda-feira (3), após a votação, em segunda discussão, do projeto de lei complementar 10/2014, do vereador Gilmar Rotta (PMDB).
Caso seja sancionada pelo prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) ––a quem também caberá a decisão de implementar ou não a norma nas unidades de saúde da rede pública municipal––, a medida entrará em vigor em 90 dias.
Segundo o texto aprovado pelos vereadores, a notificação deverá trazer a espécie e a classificação da droga usada pela gestante e "será sigilosa, de acesso restrito à entidade notificante, à família da gestante e às autoridades competentes, devendo ser formulada por escrito".
A norma prevê, ainda, que o Poder Público poderá, a qualquer momento, incluir no Sistema Municipal de Informações de Saúde o quesito "atendimento de gestantes dependentes químicas", o qual abrangerá informações sobre a idade da gestante, sua condição social e escolar, o tipo de droga que utiliza e a região onde mora. "As informações constantes no Sistema serão inseridas em caráter impessoal, sem o registro de dados de identificação dos envolvidos, sendo público o seu acesso", completa o texto.
Gilmar Rotta explica que o que o motivou a apresentar tal proposta foi o "comprometimento com questões relativas à saúde pública da população feminina piracicabana e, particularmente, com a violência e os males decorrentes do uso e da dependência de drogas ilícitas ––neste caso, por mulheres grávidas e, ao mesmo tempo, usuárias de drogas, o que coloca duas vidas em perigo".
"O uso de álcool e outras drogas continua sendo um grande problema de saúde pública, repercutindo de maneira assustadora na sociedade em que vivemos. Nas gestantes, esse problema ganha ainda mais importância, pois a exposição às drogas pode levar ao comprometimento irreversível da integridade do binômio mãe-feto", afirma o vereador.