O vereador Laércio Trevisan Júnior (PR) criticou a atuação da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento e sugeriu até a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para averiguar o comportamento do titular da pasta, Waldemar Gimenez. Segundo o legislador, durante a campanha eleitoral, o secretário teria recomendado a um morador da zona rural "não conversar com Trevisan", mas, sim, com outro vereador, que foi reeleito.

Ao usar a tribuna, em reunião ordinária na noite desta quinta-feira (25), Trevisan exibiu fotos do giro que fez recentemente pela zona rural de Piracicaba. O parlamentar conferiu a operação tapa-buracos realizada em Tanquinho, solicitada por ele, e a situação no Nova Suíça, perto do Paredão Vermelho, em que há falhas na estrada e o lixo não é coletado. "Isso mostra que é constante o abandono dessa área", afirmou.

Para o vereador, há diferenças no tratamento dado à zona rural. Segundo Trevisan, enquanto em uma região há 64 famílias sendo prejudicadas pelas condições das estradas, com dificuldades de saírem de suas propriedades, em outra os caminhos parecem um "tapete". "Alguém tem sitio lá. Você vê um único imóvel e cana, cana, cana das usinas, e é bem cuidado. Alguém é bem privilegiado ali, porque onde tem 64 famílias não tem esse atendimento", afirmou.

Trevisan ainda comentou sobre o fato de ter encontrado duas máquinas da Sema guardadas em uma chácara particular durante a visita que fez à zona rural. "Por coincidência, esse local está bem cuidado. Eram 10h, estava tudo parado", disse o vereador, que teve aprovado nesta quinta-feira um requerimento em que questiona o que viu e registrou em fotos.

O vereador criticou a falta de retorno da Sema aos seus apontamentos e afirmou que Gimenez é "dono" da pasta. "Ele é quem decide." O parlamentar prometeu, a partir de agora, a cada sessão, mostrar "aonde vai a brincadeira do secretário".

VEÍCULOS RECOLHIDOS E "REAJA"
Trevisan também falou sobre a sugestão, que encaminhou ao Executivo, de permitir que veículos recolhidos ao pátio da Prefeitura possam ser doados a entidade sociais, filantrópicas e esportivas como "bens servíveis", em vez de serem leiloados "a preço de banana". A iniciativa, de acordo com o parlamentar, geraria "um fundo a mais para pagar o 13º salário [aos funcionários das entidades] ou fazer uma obra de melhoria em suas sedes".

Ainda na tribuna, o vereador fez críticas ao apoio, "por interesses políticos", da seção de Piracicaba da Ordem dos Advogados do Brasil ao movimento Reaja Piracicaba. Ele também criticou a Amarribo, questionando o tamanho da sede que a associação mantém em Ribeirão Bonito, e o teor de cartas de três leitores publicadas em um jornal da cidade. "Passou do limite o que se faz", declarou.

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946