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22 DE NOVEMBRO DE 2017

Placas de atendimento preferencial podem receber símbolo de autismo


Profissionais relatam dificuldade no atendimento e identificação de pessoas com Transtorno do Espectro Autista



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Lucas do Nascimento Machado Salvar imagem em alta resolução

Símbolo do autismo pode integrar placas de atendimento preferencial



“A família não consegue desfrutar da parte social, não consegue sair porque tem uma deficiência em casa que não é tratada como deficiência”, afirma o vereador Rerlison Rezende (PSDB) ao defender o projeto de lei 286/2017, de própria autoria, que já recebeu parecer favorável na CLJR (Comissão de Legislação, Justiça e Redação) da Câmara de Vereadores de Piracicaba e prevê a inclusão do símbolo do Transtorno do Espectro Autista (TEA ou autismo) em placas de atendimento preferencial na cidade.

O projeto introduz mudanças na lei 3.860/1994, alterada pelas leis 4.695/1999, 4.833/2000, 7.762/2013 e 8.144/2014, com a inclusão do símbolo em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços e outros que desenvolvam atividades de atendimento ao público.

A demanda veio da assistente social Patrícia Sabino, que percebeu a necessidade enquanto trabalhava em uma entidade em Limeira. “Eu via a dificuldade das mães em irem ao supermercado, ao andar de ônibus, no shopping. O autista não consegue ter acesso a estes lugares porque as pessoas não entendem a doença”, pontua. “O autismo é novo e a incidência é em meninos. Não existe uma causa e é difícil identificar o grau da deficiência, até mesmo para a família”, ressalta.

Francine Cardoso trabalha no atendimento ao cliente de uma instituição financeira, ela conta que percebe a dificuldade dos deficientes em frequentar o lugar. “Já vieram reclamar que deveria ter atendimento preferencial, daí orientamos para as pessoas a procurarem a Câmara e explicar a necessidade. A iniciativa é boa até para nós, porque é difícil identificar um autista”, comenta.

O TEA é uma condição do desenvolvimento neurológico caracterizado por uma alteração da comunicação social e pela presença de comportamentos repetitivos e estereotipados. O autista pode ter, em seu comportamento, hiperatividade, agressões, impulsividade, irritabilidade, repetição de palavras e de ações.

“Com esse projeto, quero alertar que há uma doença e trazer facilidade para essas pessoas se locomoverem e se integrarem na sociedade”, justifica o vereador Rerlison.

Quanto às vagas de estacionamento receberem o símbolo do autismo, o parlamentar explica que pretende aprofundar o tema aos poucos, “ver como a sociedade aderiu” ao projeto e depois avançar no caso. “Queremos que o autista tenha vida plena na sociedade”, enfatiza.



Texto:  Lucas Lima
Supervisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Cidadania Rerlison Rezende

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