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12 DE MAIO DE 2017

Fala de Silvestre marca os 116 anos do Treze de Maio


O presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Treze de Maio destacou o simbolismo da data com relação à criação da entidade e o fim da escravidão no Brasil.



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução

Fala de Silvestre rmarca os 116 anos do Treze de Maio






O presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Beneficente Treze de Maio, o advogado José Silvestre da Silva ocupou a tribuna popular da Câmara de Vereadores de Piracicaba, em 10 minutos regimentais, na 26ª reunião ordinária desta quinta-feira (11) para registrar a passagem do dia 13 de maio, data que marca o início da entidade, quando foi criada a Sociedade Beneficente Antonio Bento, em 19 de maio de 1901. O dia também é um marco simbólico no Brasil, na assinatura da Lei Aurea, pela  princesa Isabel, em 1888.

José Silvestre discorreu sobre a história do negro no Brasil e em Piracicaba e, reiterou a disposição da comunidade na luta por igualdade, que passa por reparações, respeito às leis de cotas e participações em todos os segmentos sociais, além de indagar sobre o espaço aos jovens negros. Também considerou instâncias perdidas, a exemplo de administrações anteriores, que chegaram a inserir quatro secretários municipais negros, que representavam toda uma comunidade, depois de uma luta árdua na conquista destes espaços, ao passo que hoje temos apenas um.

"Dizem que somos 51% da população, mas onde estamos?", indagou José Silvestre ao questionar a pouca representação nos postos de comandos da sociedade, na esfera trabalhista, na vida acadêmica e outras áreas que deveriam refletir a formação da nação. Silvestre também falou da violência, de mulheres que foram estupradas, de negros vilipendiados no seu direito, na sua consciência. E, indagou sobre a falta de referência da comunidade no tocante à cidadania, onde todos caem numa vala comum, na condição da falta de referência sobre sua gênese, em função de documentos que foram queimados, como uma forma da elite brasileira tirar o peso da consciência sobre o que foi o processo de escravização do povo negro.

"Não somos imigrantes, não temos o direito de sequer buscar a cidadania africana", disse Silvestre, que encerrou sua fala destacando a importância das reparações, que deveriam passar por bonificações financeiras, dado à riqueza do Brasil, bem como enfatizou os estudos como forma do povo negro conquistar avanços.

José Silvestre também considerou em sua fala o caréter racista de Piracicaba, que segundo estudos do historiador e professor Noedi Monteiro, a cidade foi uma das últimas a libertar os escravos. "Onde estão os negros e as negras para participar dos 250 anos de Piracicaba", indagou Silvestre na cobrança de mais representatividade dos negros nas diversas instâncias de poder. Silvestre também lamentou o verdadeiro processo de bulling que afeta a comunidade e, defendeu o amparo do poder público para estes cidadãos.

 

 



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939
Imagens de TV:  TV Câmara


Tribuna Popular

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