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05 DE NOVEMBRO DE 2013

Encontro debate consumo de drogas no mercado de trabalho


Vereador Gilmar Rotta reuniu três especialistas para apontar prevenção e tratamento



EM PIRACICABA (SP)  

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Profissionais de sete municípios acompanharam discussões no salão nobre

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Profissionais de sete municípios acompanharam discussões no salão nobre



A Organização Internacional do Trabalho aponta que 67% das pessoas com alguma dependência química estão no mercado do trabalho. O consumo de drogas, antes restrito ao círculo social, hoje impacta também o ambiente corporativo. Para debater problemas como esse, o vereador Gilmar Rotta (PMDB) reuniu três especialistas na Câmara de Piracicaba, que apontaram técnicas de prevenção e tratamento a aproximadamente 100 profissionais das cidades de São Paulo, Sumaré, Limeira, Capivari, Indaiatuba e São Pedro. O encontro ocorreu na tarde de terça-feira (5), no salão nobre.

Os programas de prevenção e controle do uso indevido de álcool e outras drogas no ambiente de trabalho estiveram na abordagem do mestre e doutor em farmácia toxicológica, Ovandir Alves Silva. Segundo ele, em função da dependência às drogas lícitas ou ilícitas foram concedidos 124.947 auxílios-doença. As estatísticas são de 2011, do Ministério da Previdência Social. "Estamos mostrando só a ponta do iceberg, imagine o que está na base."

Silva disse que o consumo de cocaína por profissionais em empresas já supera o da maconha. Entre as consequências negativas em ter um profissional dependente de substâncias psicoativas estão cinco vezes mais acidentes de trabalho e nove vezes mais acidentes domésticos ou com automóveis. O custo com assistência médica é três vezes maior e os viciados estão duas vezes mais suscetíveis à demissão que os demais trabalhadores.

Como profissional de toxicologia, Silva diz que o primeiro passo é a prevenção e o diagnóstico dos problemas por meio de exames. Depois disso, o procedimento é o tratamento e a implementação de programas e políticas empresariais, já adotados por grandes organizações como Caterpillar, Gol e Gerdau. "Temos que quebrar paradigmas. Não vamos eliminar totalmente o problema, mas para amenizá-lo basta querermos."

A cada um dólar destinado ao tratamento de dependentes pelas empresas, o retorno é de três a quatro vezes maior, citou o psicólogo Daniel Andrade Coimbra, diretor do Croad (Centro de Referência e Orientação sobre Álcool e Drogas), instituição que possui unidades em Piracicaba e Cosmópolis. A palestra do especialista foi relacionada às iniciativas de capacitação dos profissionais da saúde e gestores de empresas, para que identifiquem, orientem e direcionem os casos de dependência química.

Coimbra disse que é preciso quebrar tabus e, principalmente no caso dos profissionais da saúde, deixar de lado as crenças e paradigmas sociais, evitando desta forma o preconceito no período do tratamento. "Somos influenciados por aquilo que acreditamos como realidade dos fatos", destacou. "Devemos crer nos métodos disponíveis e no trabalho da coletividade."

Como ferramentas para identificação dos quadros, as alternativas são a realização de entrevistas e a abordagem familiar. Há ainda o trabalho de orientação aos colegas de trabalho, pais, cônjuges e todos que mantém uma relação mais próxima com o dependente. "A família é sujeito fundamental no processo de recuperação", disse Coimbra, citando o treinamento dos membros da família, tornando-os cientes do papel de todas as esferas envolvidas no processo: clínicas, assistentes sociais, médicos e gestores.

A internação compulsória deve ser a alternativa quando todas as outras possibilidades de recuperação foram esgotadas, avaliou o psicólogo. "Será que a pessoa tem capacidade ou sobriedade suficiente para decidir sobre sua vida? Por dentro elas gritam por socorro e precisam de nós", disse, ao apontar exemplos de tratamento ambulatorial, de imersão rápida e de internação, seja voluntária ou não.

A plateia também acompanhou a exposição do assistente técnico Claudemir Lucio dos Santos sobre as ações desenvolvidas na Coed (Coordenação Estadual de Políticas sobre Drogas). O órgão da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo atua na prevenção por meio de parceria com universidades e, após o levantamento dos problemas, atua na capacitação de agentes.

DEBATES – Segundo Gilmar Rotta, esta é a segunda vez que ele reúne especialistas em saúde na Câmara para debater o assunto. Em junho foi realizado o seminário Drogas: Dependente Químico, Família e Políticas Públicas, com autoridades locais e profissionais do setor. 

O vereador diz que mantém contato permanente com a Secretaria de Saúde no município e que pretende trazer outras situações para a Câmara, com debates no próximo ano. "Desde o início do meu mandato, em janeiro deste ano, muitas famílias nos procuraram para expor seus problemas. O contato mais próximo dessa realidade nos fez perceber o quanto o tema é amplo. Precisamos encontrar alternativas para os dependentes e as pessoas ao seu redor." 

No ato estiveram presentes Sérgio Fortuoso, secretário de Trabalho e Renda; Clarice Bragantini, do Cerest (Centro de Referência de Saúde do Trabalhador); Vandrea Novello, coordenadora da Saúde Mental; e Fidélis Ranali Neto, do Comad (Conselho Municipal sobre Álcool e outras Drogas).



Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Saúde Gilmar Rotta

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