22 DE JANEIRO DE 2021
Situação nas unidades escolares ainda é crítica e servidores e alunos estarão expostos, afirma Rai de Almeida
Parlamentar fez primeira reunião com secretário de Saúde
Em visita à unidade escolar da rede pública municipal de ensino, a vereadora Rai de Almeida (PT) pode conferir que, de maneira geral, as escolas municipais ainda não estão preparadas para o retorno às aulas. Ela levou suas preocupações ao secretário de Saúde, Filemon Silva. "Há apenas uma pedaleira com álcool gel para toda a escola, as lixeiras são quase todas sem pedal ––o que obriga a alunos e servidores a tocarem as lixeiras com as mãos–– e ainda não há também os tapetes sanitizantes de uso obrigatório e protocolar", observa a vereadora.
Servidoras da educação expuseram também à vereadora que as escolas não têm infraestrutura adequada que possibilite à volta às atividades escolares com um mínimo de segurança adequada. "Como apontaram as servidoras, há escolas que dispõem de apenas três auxiliares de classe para atender a 300 alunos! Na mesma medida, há uma média também de apenas três faxineiras para cada escola, o que obviamente também inviabiliza qualquer ação de desinfecção eficiente", comenta Rai de Almeida.
Sobre o processo que envolve a volta às aulas, Rai comenta que, como apontado pelas servidoras, ao que parece os pais e as mães dos alunos ainda compreenderam que, se as aulas voltarem, as crianças não poderão usufruir da unidade escolar da mesma forma que antes, e que não poderão frequentar as aulas mais de um dia por semana. "De acordo com o protocolo dado pela Secretaria de Saúde, os alunos e alunas irão às aulas uma vez por semana, pois as classes só poderão comportar 35% do total de alunos por dia. Isso não resolve nem o problema das famílias, que não tem onde deixar as crianças, nem o do ensino. Além disso, as crianças, por segurança, ficarão confinadas em sala de aula, sem poder usufruir de brinquedos e aparelhos lúdicos externos", salienta a vereadora Rai de Almeida.
"Há ainda a questão da acolhida dessas crianças se essa volta às aulas acontecer. Como as professoras vão acolher as crianças, especialmente as menores, sem poder tocá-las? Como cuidar das crianças na escola, mantendo-se o padrão de segurança do distanciamento social? Não haverá como levar uma criança ao banheiro, limpar um nariz ou outro cuidado", questiona a vereadora. Sobre a testagem que a secretarias de Saúde e Educação estão afirmando que começará a ser feita neste fim de semana, como ação preventiva de volta às aulas, Rai de Almeida pondera: "A testagem que será feita neste fim de semana não reflete a condição de saúde de servidores e escolares no dia 8 de fevereiro, dia previsto para a volta às aulas".
A vereadora pode também ouvir das servidoras que muitos pais que não querem que seus filhos retornam às aulas estão com medo de perderem a vaga nas escolas. As servidoras ouvidas também relataram um clima de medo e insegurança que ronda as unidades escolares. “Falta informação clara, oficial. Não há como ser a favor da volta às aulas neste momento, nessas condições. Sem contar que há uma previsão de que a pandemia na cidade chega a seu pior momento no dia 6 de fevereiro – portanto, voltar às aulas dia 8, do jeito como as coisas estão dadas nas escolas, é um risco imenso” – afirma a vereadora.
Após visita à unidade escolar e conversa com servidores, Rai de Almeida esteve numa primeira reunião com o secretário de Saúde, Filemon Silvano, apresentando a ele seu posicionamento contrário sobre a volta às aulas. "Teremos outra reunião com o secretário de Saúde e com o subsecretário. Vamos cobrar e acompanhar esse processo, fazendo todo o possível para que nossas reivindicações sejam atendidas. O secretário de Saúde precisa chamar para si essa questão, uma vez que não se trata de uma questão de educação, mas sim de uma questão de saúde", conclui Rai.