O vereador José Pedro Leite da Silva (PR) usou a tribuna da Câmara de Vereadores de Piracicaba, durante a reunião ordinária desta segunda-feira, 29, para denunciar a situação dos agricultores em Piracicaba. “Eu sou da zona rural e vejo as condições que sofrem um pequeno agricultor, os quais vivem a duras penas”, disse o vereador do PR. “Orçamento destinado à zona rural é muito pequeno em relação à sua necessidade”, disse.

Zé Pedro lembrou que, enquanto a zona rural representa 88 por cento da área do município e contar com 2,5 mil quilômetros de estradas, a Secretaria Municipal de Agricultura (Sema) dispõe 1,3 por cento do Orçamento Municipal. “Não concordo com a forma como estão sendo tratados os chamados loteamentos clandestinos”, disse. “Todos que lá estão tem a finalidade de ter um teto, uma propriedade onde se possa se instalar, plantar algo para sua subsistência, e uma casa para sua família”, declarou.

O vereador também criticou a forma como o poder público municipal trata os pequenos agricultores em Piracicaba. “Nos condomínios de luxo existe toda a infra-estrutura colocada pela Prefeitura, mas no bairro Água Bonita, que não tem água, ônibus não entra, não tem, qual a diferença entre um e outro?”, questionou o vereador. “O condomínio der luxo são os ricos, no Água Bonita estão os pobres”, classificou.

Ele lembrou da decisão da Prefeitura Municipal em conceder incentivos para a instalação da montadora sul-coreana, Hyundai, em Piracicaba. “Levar água passando por dentro de onde mais tarde seria o condomínio Alphaville, gastando 9 milhões de reais, pode é considerado bonito, porque leva água também para a Hyundai”, disse. “E qual a diferença do morador do Água Bonita e a empresa Hyundai?”, questionou novamente.

“O morador do Água Bonita é pobre, está longe, em uma terra de bastardo, clandestino, mas lá todo mundo também tem CPF, todo mundo vota”, declarou. José Pedro também criticou a política de distribuição de produtos agrícolas. “Veja se nos nossos varejões têm algum agricultor, tem é atravessador!”, declarou o vereador. “Temos uma política local agrícola de incentivar o atravessador, e não o produtor”, acrescentou, dizendo que o Ceasa – interposto para distribuição de alimentos – tem o metro quadrado mais caro de Piracicaba. “O cidadão paga R$ 700 por um espaço 3x4!”.

Texto: Erich Vallim Vicente MTb 40.337
Foto: Fabrice Desmonts MTb 22.946