A Câmara de Vereadores de Piracicaba, conforme iniciativa de Márcia Pacheco (PSDB), por força do Requerimento (53/12) realizou solenidade alusiva ao Ano Internacional do Cooperativismo (2012), em data criada pela Organização Mundial das Nações Unidas - ONU. A solenidade aconteceu na última sexta-feira à noite, dia 16 de março, às 19h30 nas dependências da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba - ACIPI, salão nobre, Rua do Rosário, 700. Cerca de 120 pessoas entre autoridades, políticos e a população em geral prestigiaram o evento, onde foram homenageados 13 representantes de cooperativas, que receberam o Diploma de Reconhecimento de Mérito em destaque ao trabalho social de suas entidades no ano de 2011.

Na formação da Mesa Diretiva dos trabalhos, o primeiro secretário da Mesa Diretora da Câmara, Carlos Alberto Cavalcante (PPS), representou o presidente João Manoel dos Santos (PTB); representante do prefeito municipal Barjas Negri (PSDB), Pedro Cruz (secretário de Desenvolvimento Econômico), o presidente da OCESP (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), Edvaldo Del Grande, representado por Aramis Moutinho Junior (superintendente);  pesidente da ACIPI, Jorge Aversa Junior, e o presidente da Uniodonto, Claudio Zambello, que falou em nome dos homenageados. Os demais integrantes da Mesa também discursaram na solenidade. Além de enfatizar a importância do cooperativismo no mundo, na redução da pobreza, criação de empregos e fortalecimento da segurança da mulher a vereadora Márcia Pacheco defendeu a inclusão de disciplina sobre o coorperativismo no currículo escolar.

A solenidade foi aberta com a participação de integrantes do Projeto UPI (Unidade de Palhaçada Intensiva), seguida por apresentação do projeto Canto e Proseio, que tem como objetivo levar música, piadas e causos, formado pela dupla caipira intitulada "Ademir e a de Quinhentos". E, finalizando o evento, o Coral da Escola COOPEP se apresentou no hall do salão nobre da ACIPI. Na sequência, a exibição de dois vídeos, sobre a organização das cooperativas brasileiras e a decisão da ONU na criação do ano internacional, os participantes da solenidade puderam ter uma noção da força do cooperativismo no mundo, que reúne mais de 1 bilhão de pessoas em mais de 100 países.

Homenageados

Pedro Antonio de Mello - AMPHA - Cooperativa de Assistência Médica
José Rodolfo Penatti - COPLACANA - Cooperatia dos Plantadores de Cana
Antônio José Monte - COOP - Cooperativa de Consumo
Milton Pessin Lara - COOPTAXI Piracicaba
Sérgio Schmidt - CREDISAÚDE
Girlei Costa da Cunha - Escola Cooperativa Educacional de Piracicaba
Edvaldo Del Grande - OCESP/SESCOOP
José Benedito Massaruto - COOPCRED - Cooperativa de Crédito dos Fornecedores de Cana de Piracicaba
Jorge Aversa - SICOOB/COOPCRED - Cooperativa de Crédito
Sérgio Marcus Barbosa - UNIATA CENTRAL - Cooperativa de Serviços em Agronegócios
Emerson Assis - UNICRED BANDEIRANTE
Antonio Geraldo Buck - UNIMED PIRACICABA
Cláudio zambello - UNIODONTO PIRACICABA

Discurso

Em seu discurso, a parlamentar destacou a importância em se comemorar o Ano Internacional do Cooperativismo, que nasceu de uma relação estreita entre a Aliança Cooperativa Internacional, se constituindo uma instituição independente não governamental, com sede em Genebra, Suíça e, a Organizaçao das Nações Unidas, que culminou com uma Resolução, instituindo o ano de  2012 como o Ano Internacional do Cooperativismo.

O objetivo inicial é buscar o desenvolvimento econômico sustentado, a mitigação da pobreza e a intercooperação. O tema escolhido para marcar as ações de 2012 reflete a necessidade de mudanças de paradigmas na economia. E, elege o cooperativismo por ser um modelo sócio econômico com referências de participação democrática, de solidariedade, independência e com autonomia, que busca a prosperidade conjunta.

O modelo alia o economicamente acessível ao ecologicamente correto e socialmente justo e gera soluções e benefícios a milhões de pessoas. Márcia Pacheco enfatizou a filosofia de vida do cooperativismo, capaz de unir desenvolvimento econômico e bem estar social, se constituindo numa forma simples e humanizada de unir forças dos pequenos negócios, possibilitando investimentos que resultam numa gestão compartilhada do trabalho, ajuda mútua, solidariedade, distribuição equitativa da renda e fortalecimento do desenvolvimento local.

O modelo também se constitui numa economia solidária baseada na alto gestão dos empreendimentos, permeada pelos valores éticos da honestidade e transparência. O slogan "Cooperativas constroem um mundo melhor" mostra o espírito cooperativista comprometido com o desenvolvimento global visando aumentar a consciência política sobre as cooperativas, promover a conscientização na rede global sobre o cooperativismo e seus esforços para fortalecer as comunidades, a democraria e a paz.

A idéia central é promover a criação e o crescimento de cooperarativas, desenvolver ações para atender as necessidades sócio-econômicas do setor e encorajar os governos para estabelecer políticas públicas, leis e regulamentos que levem à criação, crescimento e sustentabilidade das cooperativas.

Para a vereadora Márcia Pacheco, o presidente da OCESP Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (SESCOOP), Edivaldo Del Grande reforça que o cooperativimo tem muito a contribuir com a construção de um mundo melhor, pois traz em sua essência um sistema econômico baseado na cooperação entre as pessoas, que no atual mundo da ultracompetitividade as cooperativas ajudam a equilibrar forças, buscando constituir uma sociedade mais justa, livre e fraterna.

A consideração é que esses empreendimentos apostam na organização social e econômica das comunidades. Quando organizadas, diz Del Grand, as pessoas podem suprir suas reais necessidades, representando adequadamente o trabalho de cada um dos cooperados.

Hoje o setor cooperativo reúne 1 bilhão de pessoas em mais de 100 países e, responde pela geração de mais de 100 milhões de empregos e, está presente nos cinco continentes. Em 2010 as 300 maiores cooperativas no mundo, tiveram uma movimentação financeira de 1,6 trilhões de dólares. Contudo, a sustentabilidade dos empreendimentos dessa economia popular solidária depende de transformações políticas, econômicas, culturais e organizacionais, o que pressupõe ações que devem se refletir no ano dedicado ao cooperativismo, sobre as formas de se estimular a participação das instituições de apoio e fomento ao movimento cooperativista, além de estimular o saber para aumentar a consciência pública sobre o que é ser cooperado.

Finalizando seu discurso na solenidade, a vereadora Márcia Pacheco parabenizou as grandes instituições de apoio e prestação de serviços às cooperativas, citando a Organização das Cooperativas Brasileiras, que reúne 6600 entidades, em 13 atividades diferentes, totalizando mais de nove milhões de pessoas. A parlamentar também falou da OCESP - Organização do Estado de São Paulo, SESCOOP-SP (Serviço Estadual de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado de São Paulo, em especial ao Escritório Regional de Piracicaba, na pessoa de Alex Souza. Além da Federação dos Sindicatos das Cooperativas do Estado de São Paulo.

Cooperativismo

O Dia Internacional do Cooperativismo, instituído em l923 no Congresso da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) é comemorado no primeiro sábado de julho de cada ano, dia da confraternização de todos os povos ligados pelo cooperativismo. No Brasil, a construção de um estado cooperativo surgiu com os jesuítas por volta de 1610. Por mais de 150 anos, esse modelo deu exemplo de sociedade solidária, fundamentada no trabalho coletivo, onde o bem-estar do indivíduo e da família se sobrepunha ao interesse econômico da produção.

Mas, o movimento cooperativista no Brasil surgiu mesmo em 1847 nos sertões do Paraná seguindo modelos europeus. A partir desta data cada cooperativa fez sua própria história. As cooperativas de crédito, esfaceladas desde meados dos anos 60 e durante a década de 70, buscavam novamente seu espaço. Em 1902, no Rio Grande do Sul, um padre jesuíta implantou um modelo de cooperativismo baseado em experiências alemãs junto a pequenas comunidades rurais e vilas. No final dos anos 20, um segundo modelo de cooperativa de crédito chegava ao Brasil.

O terceiro e último modelo chegou ao País no final da década de 50, com Maria Thereza Rosália Teixeira Mendes, a Terezita, como carinhosamente era chamada. Ela organizou a constituição de dezenas de cooperativas de crédito mútuo em todo Brasil.  As cooperativas geram cerca de 168 mil empregos diretos e estão presentes na agropecuária, saúde, trabalho, educação, habitação, crédito, consumo, serviços, eletrificação e telecomunicação. O cooperativismo de crédito soma mais de 1.000 cooperativas e mais de 1 milhão de associados.

Martim Vieira Mtb 21.939
Fotos: Gustavo Annunciato Mtb 58.557