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25 DE ABRIL DE 2012

Sobreviventes do Holocausto contam os horrores dos campos de concentração em coletiva de imprensa


O Holocausto, extermínio em massa de judeus ocorrido na década de 1940 pelo Exército de Adolf Hitler em campos de concentração, foi contado pelas sobreviventes, Rit (...)



EM PIRACICABA (SP)  

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O Holocausto, extermínio em massa de judeus ocorrido na década de 1940 pelo Exército de Adolf Hitler em campos de concentração, foi contado pelas sobreviventes, Rita Braun, de 82 anos e Nenette Blitz Konig, de 83 anos, durante coletiva de imprensa com o presidente da Câmara, João Manoel dos Santos, ontem à tarde (24), na sala da presidência, em alusão ao "Dia da Lembrança".

De origem polonesa, Rita enumerou as atrocidades cometidas pelos soldados alemães tudo em nome da ideologia de se criar “uma raça pura ariana”. A barbárie foi tanta nos campos de concentração que, em certo momento, Rita não segurou as lágrimas “Nós passávamos fome, frio, comíamos resto da comida dos nazistas, quando sobrava, além das infecções e moléstias como o tifo. A maioria dos judeus confinados em guetos (prisão de judeus) pesava não mais que 40 quilos. Tudo o que vocês puderem imaginar de horror, violência, contra um ser humano foi cometido, ninguém era poupado de nada. Médicos alemães, por brincadeira e por experiências malignas, retiravam órgãos vitais de seres humanos sem anestesia, quebravam os dedos das pessoas, destruíam o que sobrava”.

Rita era apoiada em seu depoimento por Nenette Konig, cidadã holandesa que presenciou “o inferno na terra” com a invasão do país por tropas alemãs. “Na Holanda não foi diferente, pois acompanhávamos a deportação de centenas de judeus, por semana, para os campos de concentração. Não acreditávamos no que acontecia em Bergen Belsen, um dos locais de execução da Alemanha”.

Missão

Rita e Nenette, hoje, de semblantes tranqüilos, têm uma missão: “Enquanto vivermos temos um único objetivo: espalhar, para todos, os horrores do Holocausto, pra que ninguém duvide de que aquilo existiu de fato, pra que ninguém duvide das mortes e atrocidades ocorridas sob o domínio de um fascista, de um fundamentalista, de uma pessoa que à época uso de bons instrumentos de comunicação para influenciar o exército e o povo alemão”.

Alemanha

Questionada por nossa reportagem sobre como se dá a convivência de judeus e alemães atualmente, Rita Braun afirmou que ainda há, na Alemanha, de forma silenciosa, discriminação contra os judeus. “Mesmo de forma camuflada ainda acontece a discriminação contra o povo judeu”.

Nazistas do tráfico

A reunião contou com a presença do representante da comunidade judaica de Piracicaba e membro da Associação Israelita do Estado de São Paulo, Jaime Rosenthal. Segundo ele, da mesma forma que os alemães influenciaram outras nações para o aniquilamento de judeus, os traficantes estão fazendo a mesma coisa com as crianças e adolescentes. “Podemos fazer uma comparação do que foi o nazismo com a atuação de traficantes, ou seja, a destruição por meio do consumo de drogas, é a mesma: o fim da vida. Por isso pedimos à população, jovens e crianças, muita prudência, muito cuidado com esse mal que está tirando a vida de muitos inocentes, vítimas desses nazistas do tráfico. Da mesma forma que sofremos pelas mãos de um demente (Hitler), as nossas crianças padecem nas mãos de traficantes”.

O presidente da Câmara, João Manoel dos Santos (PTB), salientou que negros, pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, homossexuais, ciganos, doentes mentais e judeus foram os alvos dos soldados de Hitler. “Poucos escapavam da morte nos campos de concentração, por isso instituímos na Câmara o Dia da Lembrança, data em que reverenciamos os mortos em áreas de domínio nazistas”.

Bola de Neve

Ao final do encontro na sala da presidência, Rita e Nenette, comentaram da importância de se combater toda e qualquer manifestação contra nordestinos e pessoas de outros povos. “E saber que a Segunda Guerra Mundial começou, aos poucos, com Hitler influenciando lentamente os alemães até a invasão de outros países. Que a história nunca seja ofuscada, e, muito menos, apagada de nossas memórias”.

João Manoel encerrou a reunião citando uma frase de Nelson Mandela, que dedicou 67 anos de sua vida a serviço da humanidade: “Ninguém nasce odiando”.

Ontem à noite (24) foi realizada sessão solene, do Dia da Lembrança, no auditório da faculdade Dom Bosco.

Por Marcelo Bandeira (33.121)

Fotos: Fabrice Desmonts (22.946)

Departamento de Comunicação



Texto:  Marcelo Bandeira - MTB 33.121


Legislativo João Manoel

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