
07 DE OUTUBRO DE 2014
Contribuição voluntária pode ocorrer nas contas de luz, água ou telefonia; provedor apresentou alternativas aos vereadores nesta 2ª-feira
Diretores da instituição farão novo encontro na Câmara nas próximas semanas
A Santa Casa de Piracicaba quer a contribuição da população para criar 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O provedor Adilson Zampieri defende a doação nas contas de água, luz ou telefonia fixa. Ele apresentou a sugestão aos parlamentares piracicabanos nesta segunda-feira, 6, no Plenário Francisco Antônio Coelho. Houve suspensão do expediente da 55ª reunião ordinária por 30 minutos e o assunto voltará a ser discutido nas próximas semanas.
A contribuição mensal de 135 mil contas de água seria suficiente para a ampliar o atendimento. O provedor sugere o repasse de R$ 2 para residências e R$ 5 para pessoas jurídicas. “Já sabemos que a carga tributária é alta no país, mas estamos preocupados e contamos com a mobilização da população e da Câmara de Vereadores”, disse Zampieri.
A implantação inicial de uma única UTI adulto é estimada em R$ 1.735,610, entre equipamentos, mobiliários e estrutura. A manutenção diária por leito é de aproximadamente R$ 1.600, sendo que 50% do valor é coberto pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o que gera R$ 224.968 de déficit para a Santa Casa.
A violência urbana e o aumento de acidentes de trânsito são fatores que impactam a assistência de urgência e emergência no setor de pronto atendimento, informou Zampieri. Levantamento de 2013 coloca a região de Piracicaba em primeiro lugar no interior nas ocorrências de acidentes de trânsito, com registro de morte em 54% dos casos com motos.
Zampieri disse que atualmente as UTIs da Santa Casa atendem sete pacientes por dia nos casos de média e alta complexidades. A permanência aproximada em cada unidade é de 12 dias. “Isso não é o normal, é próprio de casos com politraumas e outras emergências. É um prazo muito longo”, avaliou ele, que esteve na Câmara acompanhado da administradora Vanda de Carvalho Petean e do diretor Alexandre Valvano Neto.
Os vereadores Laércio Trevisan Jr (PR), Ronaldo Moschini (PPS), Capitão Gomes (PP), Paulo Camolesi (PV), Ary de Camargo Pedroso Jr. (PDT), Paulo Campos (PROS) e Gilmar Rotta (PSDB) se manifestaram favoráveis à iniciativa, mas todos lembraram que é preciso assegurar o caráter voluntário.
Moschini, que é médico plantonista no Samu (Serviço de Atendimento Movél de Urgência), citou as dificuldades da Santa Casa em admitir emergências nos fins de semana. "Iniciamos o plantão orando para que não tenha nenhuma emergência na cidade." Também como médico, Ary Pedroso lembrou o atendimento de excelência da Santa Casa, sem diferenças para SUS ou conveniados.
O presidente da Câmara, João Manoel dos Santos (PTB), disse ter visitado a Santa Casa para conhecer a infraestrutura. "Presenciei um esforço fora do comum. A causa é nobre e o problema é sério", disse o vereador. Ele sugeriu uma nova reunião entre os diretores da Santa Casa e os vereadores, com suspensão de expediente na ordinária nas próximas semanas. A própria instituição ainda não sabe informar qual o modelo mais adequado de cobrança e trará para o próximo encontro na Câmara números detalhados dos repasses governamentais.