PIRACICABA, QUARTA-FEIRA, 18 DE JUNHO DE 2025
Página inicial  /  Intranet  /  Webmail

21 DE JULHO DE 2011

Profissionais da educação propõem aproximação maior entre escola e polícia


Onze representantes de oito entidades ligadas à educação participaram, nesta quinta-feira, da quarta reunião temática do Fórum de Segurança Pública, realizada no pl (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (1 de 2) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 (2 de 2) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Davi Negri - MTB 20.499 Salvar imagem em alta resolução


Onze representantes de oito entidades ligadas à educação participaram, na manhã desta quinta-feira (21), da quarta reunião temática do Fórum Municipal Permanente de Segurança Pública, realizada no plenário da Câmara. O encontro serviu para que professores, diretores de faculdade e dirigentes de ensino compartilhassem a experiência das instituições em programas voltados ao combate à violência e apresentassem suas sugestões para a área ––como a que propõe maior aproximação entre escolas e polícia.

Para saber mais sobre a reunião desta quinta-feira, clique no ícone ao final do texto e ouça entrevistas com os participantes do encontro.

Os componentes do grupo de trabalho foram recepcionados pelos vereadores Carlos Alberto Cavalcante, o Carlinhos (PPS), e André Gustavo Bandeira (PSDB), respectivamente primeiro e segundo secretários da Mesa Diretora, que representaram o presidente da Câmara, João Manoel dos Santos (PTB). Ambos enfatizaram o objetivo do Fórum de propor políticas públicas para enfrentar a criminalidade.

"As ideias apresentadas estão sendo muito ricas, pelo conhecimento que cada um tem em sua área; por isso, é importante ter as reuniões específicas. Acredito que vamos ter pontuações interessantíssimas no relatório final", analisou Carlinhos. "É importante que o município se mobilize para termos no futuro uma maior segurança. Iniciativas como essa são o que a gente faz de melhor para produzir o bem a Piracicaba", afirmou Bandeira.

Participaram da quarta reunião temática do Fórum: Rogério Teixeira da Cruz, da Faculdade Anhanguera de Piracicaba; Jacks Jorge Junior, da FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); Juscelino Rodrigues Monção Neto e Maria Silaina Bortoletto, da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba); Janaina Cordeiro Bassetti, da Faculdade Salesiana Dom Bosco; Maria Isabel Presotto Vicente, das Faculdades Integradas Maria Imaculada; Antonio Copatto, da Fumep (Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba); João José Couto, da Escola Estadual "Profª Avelina Palma Losso" e da Fundação Casa; e Fabio Negreiros, Elaine Brancalion e Antonio Fernando Bovo, da Diretoria Regional de Ensino. A direção da Esalq enviou justificativa de ausência.

Acompanharam as discussões os diretores de departamentos da Câmara Fábio Dionísio (Legislativo), Evandro Evangelista (Cerimonial) e Kátia Garcia Mesquita (Administrativo). Também esteve presente no plenário a assessoria do vereador Dirceu Alves da Silva (PPS).

PROPOSTAS I
Os integrantes do grupo de trabalho que se reuniu nesta quinta-feira na Câmara aprovaram todos os apontamentos apresentados em quase duas horas de debates. Citadas por mais de um participante do encontro, algumas sugestões deram a mostra de como certos problemas se repetem na maioria dos estabelecimentos de ensino.

Entre essas propostas, estão o policiamento mais ostensivo no entorno das instituições, com a permanência de agentes de segurança nos horários de entrada e saída de alunos; a melhora na iluminação pública; a fiscalização efetiva de estabelecimentos localizados próximos a escolas, multando e até cassando o alvará daqueles que estão em situação irregular ou que vendam bebidas alcoólicas a menores de idade; e o aumento no policiamento em bairros que concentram moradias estudantis (como o São Dimas e a Vila Industrial, onde reside grande parte dos alunos da FOP, Fumep e Esalq).

Além dessas sugestões, a quarta reunião temática do Fórum Municipal Permanente de Segurança Pública terminou com a aprovação das seguintes propostas: estimular a troca de experiências entre as universidades nas áreas de segurança e cidadania; intensificar a identificação e o controle de entrada e circulação de pessoas nos câmpus, principalmente os de maior porte; e estender à rede municipal de ensino o programa "Escola da Família", que abre os prédios de escolas estaduais aos finais de semana para lazer da comunidade.

Os dirigentes de faculdades piracicabanas também externaram preocupação com a série de casos de roubos a caixas eletrônicos, que têm nos campus universitários um dos principais alvos. Eles pediram ajuda da polícia na orientação sobre como evitar que novos assaltos ocorram.

PROPOSTAS II
O diretor da FOP, Jacks Jorge Junior, propôs o aprimoramento na formação educacional e profissional do jovem e a melhoria das condições de trabalho das polícias. "Se não tiver uma educação básica boa, mesmo que nos tornemos uma sociedade rica, não conseguiremos resolver o problema da segurança", observou.

Já Janaina Cordeiro Bassetti, da Faculdade Salesiana Dom Bosco, defendeu o reforço do policiamento ao redor das escolas e a realização de campanhas que alertem os universitários sobre como se proteger da violência. "É importante ter um trabalho junto à comunidade acadêmica no sentido de conscientização e orientação sobre cuidados ao sair da escola ou ao chegar em casa", afirmou.

Maria Isabel Presotto Vicente, das Faculdades Integradas Maria Imaculada, cobrou mais investimentos de recursos humanos e financeiros na capacitação de jovens e na formação de agentes multiplicadores dentro das comunidades. Ela também mostrou preocupação com abusos ocorridos em festas universitárias. "Qualquer manifestação que parta de alunos de uma faculdade precisa ter alvará de funcionamento, seja em chácaras ou em casas que se alugam. Estamos formando futuros profissionais, mas não estamos voltando os olhos com uma preocupação maior da qualidade desses alunos", comentou.

Juscelino Rodrigues Monção Neto, da Unimep, propôs o cadastramento das repúblicas estudantis de Piracicaba, a fim de prevenir casos de uso abusivo de bebidas e drogas, e o treinamento, dado por órgãos policiais, aos vigilantes que atuam em faculdades e escolas. "Eles não têm treinamento adequado. As escolas fazem orientação a seu corpo de vigilantes, mas isso precisa ser reforçado", afirmou.

PROPOSTAS III
Representando a Escola Estadual "Profª Avelina Palma Losso" e a Fundação Casa, João Jorge Couto expôs os resultados de programas adotados pelas duas instituições. "Tivemos uma experiência, que se iniciou em 2005, em que começamos a pegar os alunos-problema da escola e passamos a trabalhar com eles, treinando-os para serem agentes multiplicadores e formadores na sociedade. Esse projeto foi tão bem sucedido que recebeu um prêmio, em 2007." Couto também sugeriu a abertura de um curso de extensão para especialização dos agentes que fazem ronda escolar. "Muitos estão despreparados para abordar jovens e adolescentes, que reclamam de ser tratados como bandidos", contou.

Antonio Copatto, da Fumep, disse que os estudantes do ensino médio devem ser o principal alvo de ações educativas. Ele sugeriu que segurança seja um tema que conste no planejamento das aulas. "Poderíamos nos reunir cada vez mais e trocar experiências e, no planejamento semestral, nos preocuparmos com algo relacionado à segurança", comentou.

O diretor da Faculdade Anhanguera de Piracicaba, Rogério Teixeira da Cruz, cobrou a criação de um instrumento para notificar ações que ocorrem no entorno das instituições de ensino. Segundo o professor, só nos seis primeiros meses deste ano, oito casos de violência ocorreram nas proximidades do câmpus da Anhanguera ––o diretor fez questão de que se registrassem todos eles. Rogério disse apoiar ações contra a prática de trotes violentos e a inclusão do Comad (Conselho Municipal Sobre Álcool e Outras Drogas) no Fórum Municipal Permanente de Segurança Pública. Ele sugeriu, ainda, que, por iniciativa do Fórum, seja confeccionada uma cartilha de orientação aos estudantes e criada a "Semana de Segurança com Foco na Educação", que envolveria as universidades e contaria com a colaboração da polícia em suas atividades.

Já Fabio Negreiros, da Diretoria Regional de Ensino, defendeu a ampliação da ronda escolar. "Ela funciona, mas precisa ser ampliada e ter mais viaturas. A quantidade de escolas que cada viatura fiscaliza é muito grande", disse Fabio, que cobrou uma atuação mais focada, na entrada e na saída de alunos, com a permanência da equipe no local. Ele também propôs a extensão do Proerd para o ensino médio, a colocação de câmeras no entorno das escolas e a maior oferta de lazer às crianças, para evitar que elas entrem na criminalidade. Ao final, Fabio sugeriu a criação de um curso que promova a integração entre policiais e professores para fazer a abordagem adequada do jovem.

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

ÁUDIO: Marcelo Bandeira / MTB 33.121

FOTOS: Davi Negri / MTB 20.499



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Câmara Cidadania

Notícias relacionadas