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25 DE AGOSTO DE 2011

"Peça encantou a todos que estavam no teatro", diz Bandeira sobre "Noturno Cadeirantes"


"Foi uma peça fantástica, que cantou e encantou a todos que estavam no teatro", resumiu o vereador André Gustavo Bandeira (PSDB), sobre "Noturno Cadeirantes". "Esse (...)



EM PIRACICABA (SP)  

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Para explicar, a quem não acompanhou, como foi a encenação da peça "Noturno Cadeirantes" no Teatro Municipal "Dr. Losso Netto", na noite desta quarta-feira (24), é preciso começar do fim.

Faltavam oito minutos para as 22 horas quando marido e mulher --sentados na quinta fileira, contando de baixo para cima-- trocaram olhares, se aproximaram como se há tempos não se vissem e deixaram nos lábios um do outro um beijo demorado, bem no meio de um dos corredores de acesso às cadeiras.

Alguns degraus acima deles, uma jovem loira, com deficiência visual, de braços dados a outra pessoa, rumava em direção à saída, à direita. No rosto, carregava um sorriso longo e confuso, tal como alguém que tivesse acabado de se envolver em emoções distintas.

Ao lado, ainda no mesmo local privilegiado que, como uma das primeiras espectadoras a chegar, escolheu para ficar, a cadeirante Michelle Diniz, de 29 anos, deixou no ar um aceno e duas palavras: "Joia. Maravilhoso".

O casal, a jovem loira e Michelle, juntamente com outras duas centenas de pessoas, haviam acabado de aplaudir os atores-cantores-dançarinos da Oficina dos Menestréis. A salva de palmas, em pé, daqueles que, na plateia, puderam se levantar foi a reverência encontrada a quem, no palco, sentado numa cadeira de rodas, transformou 72 minutos em recordações para uma vida inteira.

"Foi um tapa na cara de quem acha que a acessibilidade e a inclusão são difíceis de proporcionar e uma massagem no ego daqueles que já trabalham há muito tempo nessa causa. Foi uma peça fantástica, que cantou e encantou a todos que estavam no teatro", resumiu o vereador André Gustavo Bandeira. "Esse pessoal arrasou. Todo mundo saiu daqui querendo mais", completou.

NOTURNO CADEIRANTES
A peça "Noturno Cadeirantes" é uma versão do musical "Noturno", de Oswaldo Montenegro, de 1991, encenada por atores com algum tipo de deficiência. Entrou em cartaz em 1º de dezembro de 2003, com previsão de apenas quatro apresentações ––devido ao sucesso, já está em seu oitavo ano, com temporadas regulares no Teatro Dias Gomes, na zona sul de São Paulo, e apresentações frequentes em outras cidades.

A direção de "Noturno Cadeirantes" é de Deto Montenegro, irmão do cantor, compositor e criador da peça original. O elenco é formado por Alex Ramos, André Ferreira, Carolina Ignarra, Cibelle Hespanhol, Denise Ferreira, Ju Caldas, Julie Hasushi, Marcel Marciano, Marcio Guimarães, Michelle Balderama, Paulinho Dias, Rodolfo Ferrim, Sander Mecca, Selma Rodeguero, Vanessa Romanelli, Vivian Ramos de Oliveira e Yan Montenegro.

Entre as músicas interpretadas durante o espetáculo, estão canções de Oswaldo Montenegro, U2 e Prince, como "A deusa da loucura" (Em cada esquina, um espelho e, na crina da sua cabeça, uma luz. / Em cada menina, uma deusa felina de olhos abertos e azuis), "Entre o neon e a sombra" (Entre o neon e a sombra acordei), "Cristal" (Era de vidro, quase de lâmina / Há de haver no espaço uma igual) e "I still haven´t found what I´m looking for".

Também fazem parte do repertório "Café com pão" (Eu quero dormir! Tenho muito medo dessa escuridão / Eu quero minha mãe! Eu quero minha mãe!), "O grito dessa terra" (O grito dessa terra assusta / Tudo que me custa caro ao coração / Eu juro que a primeira noite eu não dormi / De tanto ouvir os caminhões), "Na escuridão" (Sempre à noite a escuridão traz os seres / Carregando as criaturas que a luz expulsou), "Criaturas da noite" (Eu tenho medo de ver / As criaturas da noite / Estátuas sem rosto me olhando eu já vi / As criaturas da noite / O noturno véu, porcelana lua de luz violeta / Brilha de neon no céu, porcelana lua de luz violeta / Eu tenho medo de ver) e  "A festa: Pra quem quer se alegrar".

A lista ainda inclui "Mané Vieira" (Encontrei Mané Vieira/ No caminho de Santa Rita / Uma viola no peito e o braço só era fita / Êta, Estrela Dalva tão bonita), "O farol" (Ê João, decide logo / A noite te espera, longa romaria), "Lua úmida" (Você não perdeu o seu brilho / Eu que perdi como enxergar / Nenhum amor acaba cedo / Todo mundo tem o bar...co / Errante de um segredo / Que a ninguém pode contar / Fantasias, medos, sonhos, traições / Vontade de mudar) e "Canção da lavoura" (Ê, ê, ê, sua bastante prá regar a plantação / Ê, ê, bate a enxada como bate o coração).

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTOS: Davi Negri / MTB 20.499



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


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