O vereador José Pedro Leite da Silva (PR) apresentou cálculos para mostrar a disparidade dos valores aplicados na correção de dívidas, em Piracicaba, envolvendo cidadãos e a administração municipal. Se a dívida é da Prefeitura com o cidadão, o valor é um; se é do cidadão com a Prefeitura, o valor é quase três vezes maior.

No exemplo usado por José Pedro, uma dívida de apenas R$ 1,59 com a Prefeitura em 1993 teria crescido 24.339 por cento desde então, levando-se em conta a multa de 11,56 por cento e os juros acumulados no período. Já se o mesmo R$ 1,59 fosse devido pela Prefeitura a um cidadão, também desde 1993, hoje o valor estaria 7.333 por cento maior, quase um quarto dos 24.339 por cento que incidiriam se a dívida fosse do cidadão com a Prefeitura.

José Pedro, que também é professor de matemática, fez os cálculos após receber em seu gabinete um mecânico de 68 anos que quase chorou ao falar de sua dívida com a administração municipal, que, por causa da multa e dos juros cobrados, já está em torno de R$ 60 mil. "Me chamou a atenção porque deu dó daquele cidadão. Tenho insistido muito nisso, de como evolui a dívida do contribuinte", disse o vereador, ao usar a tribuna durante reunião ordinária na noite desta quinta-feira (21).

"A gente começa a perceber que a Prefeitura, para pagar seus contribuintes, a razão é de três vezes mais. É um tratamento desigual, tenho batido nessa tese de que não é justo. A dívida desse cidadão é em torno de R$ 60 mil. Ele ainda tem que pagar R$ 6.500 em cinco parcelas, que é a taxa de administração da Procuradoria Geral, a parte dos advogados, além dos R$ 60 mil. Será que esse cidadão está sendo tratado da mesma forma que estão sendo tratados outros empresários, como os da Hyundai?", questionou José Pedro, ao citar que são 70 mil ações do município contra pequenos contribuintes. "Piracicaba precisa pagar os iguais de forma igual, não desigual", concluiu.

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Gustavo Annunciato / MTB 58.557