
09 DE MARÇO DE 2012
Cinco mulheres de diferentes setores debateram a inserção feminina na sociedade, durante suspensão do Expediente da Reunião Ordinária desta quinta-feira, 8. A expla (...)
Cinco mulheres de diferentes setores debateram a inserção feminina na sociedade, durante suspensão do Expediente da Reunião Ordinária desta quinta-feira, 8. A explanação integrou a quarta Semana da Mulher. Numa iniciativa do vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), com o apoio dos demais legisladores, a assessora parlamentar Eliana da Penha Silveira, formada em Gestão Pública, apresentou dados estatísticos da participação da mulher em diversos setores e, em todos eles, a representatividade está abaixo da proporção do gênero na população nacional.
Mesmo com a eleição da primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff, num eleitorado de quase 136 milhões de pessoas no País – mais da metade mulher –, foram eleitas apenas 193 em todos os cargos da República, o que representa 12 por cento de participação contra 88 por cento dos homens. Na cidade, a situação não é diferente. Nas associações de bairro, por exemplo, só 1 por cento é comandado por mulheres, enquanto nos sindicatos, são 14 por cento ; conselhos municipais, 30 por cento ; secretarias municipais, 3 por cento ; Departamentos do Legislativo, 2 por cento ; e, dos 16 vereadores, duas foram eleitas – Márcia Pacheco e Rosangela Camolese, ambas do PSDB, sendo a segunda licenciada por ser a titular da Secretaria Municipal de Ação Cultural (Semac).
"De 1956 a 2009, 10 mulheres foram eleitas vereadoras, sendo que nenhuma ocupou a presidência desta Casa de Leis", lembrou, ainda, Eliana.
As falas das participantes giraram em torno das dificuldades de criar a vontade de alçar uma carreira já dentro da família. A Major PM Adriana Cristina Sgrigneiro lembrou, por exemplo, que somente recentemente a corporação extinguiu a diferenciação de vagas para concursos de seleção, equiparando homens e mulheres. Atualmente, a PM conta com apenas 10 por cento de mulheres em seus quadros. "Estimular as nossas meninas dentro de casa, o que não ocorre", destacou.
Supervisora do Senac, Soeli de Fátima Pedro Groppo destacou que, mesmo em seu setor tendo a atuação das mulheres na maioria (de sete mil funcionários, quatro mil são do gênero feminino), existe a dificuldade de crescer profissionalmente. "Há muita cobrança por parte da sociedade", disse, ao lembrar, que a mulher, além da carreira, precisa ainda pensar na família e se desdobrar em diversas "jornadas de trabalho".
Representando o projeto Esquina da Noite, desenvolvido pela ONG Casvi, a coordenadora Adriana Vieira destacou os preconceitos sobre a mulher transexual. "São alvos de manifestações de preconceitos, conflitos e perseguições", disse, e destacou que as mulheres transexuais confrontam-se com estereótipos. "Nesta dramática situação, restam duas alternativas: camuflar os indícios ou suportar as reações, algumas até de violência, porque não toleram aquilo que veem", disse.
Também foi lembrada a carreira do magistério, pautado na fala de Roberta Yamara Maria Lima, professora e diretora estadual da Apeoesp – no Brasil, 75 por cento são mulheres, sendo que em São Paulo este número sobe a 85 por cento . Como dirigente sindical, porém, ela destacou que ainda existe muito preconceito. "Tenho o meu marido que me ajuda muito e compreende o meu trabalho dentro do sindicato", disse. E lembrou a importância das creches, fundamentais para oferecer à mulher a oportunidade para trabalhar.
Texto: Erich Vallim Vicente MTb 40.337
Foto: Fabrice Desmonts MTb 22.946