
26 DE FEVEREIRO DE 2013
Podem estar chegando ao fim os dias de diversão apenas dentro de casa para as crianças que moram na Chácara Veneza, na região do Pau Queimado. Isso porque, se vier (...)
Podem estar chegando ao fim os dias de diversão apenas dentro de casa para as crianças que moram na Chácara Veneza, na região do Pau Queimado. Isso porque, se vier a sair do papel a obra para levar a rede de esgoto a todas as ruas do bairro rural, os filhos das quase 40 famílias que ali residem poderão abrir o portão e aproveitar a natureza que os cerca.
Alessandra Dias, assessora do vereador José Luiz Ribeiro (PDT), foi ao local na manhã desta terça-feira (26) para conferir a situação que se arrasta desde 2008. Ela esteve acompanhada de Fábio José Rodrigues de Arruda, engenheiro sanitarista e ambiental da Águas do Mirante, que explicou aos moradores quais devem ser os próximos passos caso seja aprovado o projeto executivo da obra ––aquele que, de fato, autoriza a sua execução.
"O que temos hoje é o projeto básico, que é uma concepção de projeto: a gente sabe o que tem que fazer ––que são a rede e uma estação elevatória. Depois é que entramos com o projeto executivo, que é o que realmente vai fazer a obra. Nele, você tem cota topográfica, o nível do terreno, das casas, para ver se a rede vai atender ou não a área", esclareceu Fábio.
O trâmite para estender a rede de esgoto, atualmente "estacionada" na rua 1, até o restante do bairro não apresentou mais avanços desde a reunião que moradores tiveram em novembro de 2011 com o presidente do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), Vlamir Schiavuzzo. Na ocasião, foi detalhada aos presentes a proposta para realizar a obra ––um morador se dispôs a doar 200 metros quadrados de seu sítio para na área ser erguida uma estação elevatória e os demais concordaram em pagar a contrapartida em 24 parcelas de, à época, R$ 55.
O investimento não é tão complexo nem tão demorado. É necessário, inicialmente, que o projeto executivo seja aprovado pelo Semae para, então, começar o trabalho de topografia.
Essa etapa, que costuma levar cerca de um mês, serve para conhecer a extensão total que o novo trecho de rede terá e para verificar o quanto as diferenças de nível entre uma rua e outra vão exigir das máquinas que depois abrirão caminho pelas ruas de terra. Simultaneamente, será construída, no terreno já doado à autarquia, a estação elevatória, que bombeará para a sequência da rede o esgoto captado na região.
Além de espalhar pelas ruas o mau cheiro advindo do esgoto que corre a céu aberto, a situação atual coloca em risco a saúde das crianças que se aventuram em brincar pela área verde abundante do bairro. A fim de evitar que entrem em contato com os resíduos, os pais têm como única saída reter seus filhos dentro de casa.
"Para não deixar brincar nessa água, a gente chama para que eles brinquem aqui. Queira ou não, a gente se sente culpado por isso", diz o instrutor de treinamento Nilton César Marino. "A situação é crítica. Fizemos fossas, mas não adianta. Teve gente que se mudou por causa dos problemas com o esgoto", completou o morador, ao apontar que até um lago mantido pelas famílias em um terreno na rua 2 corre o risco de ser contaminado se nenhuma providência for tomada rapidamente.
TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918
FOTOS: Davi Negri / MTB 20.499