Representantes das mais de 600 famílias que invadiram o Residencial Gilda voltaram a procurar a Câmara de Vereadores de Piracicaba em busca de apoio. Na reunião ordinária de ontem (21), Adalberto Brito, um dos líderes do movimento, ocupou a tribuna para cobrar um posicionamento do Legislativo. “Viemos pedir que os vereadores se manifestem em relação ao nosso movimento. Precisamos de apoio para que nossas necessidades cheguem aos ouvidos do prefeito e de sua secretária social. Muita gente que sair de lá não terá para onde ir”, afirmou Brito.

Cerca de 60 pessoas ligadas à invasão acompanharam a reunião e, em coro, gritaram palavras de ordem –– moradia, dignidade e paz –– ao final da fala do líder.

Pelo menos oito vereadores comentaram o apelo do movimento. O presidente da Câmara, João Manoel dos Santos (PTB), que anteontem já havia recebido uma comissão do movimento, voltou a dizer que a Câmara pouco pode interceder. “Vejo que há seriedade no movimento, que reconheceu que a invasão é ilegal. O papel desta Casa é abrir as portas para o povo, como fez nesta noite”, afirmou.

O vereador Antonio Oswaldo Storel (PSB) destacou a repercussão da invasão do residencial junto à sociedade e citou que a Declaração dos Direitos Humanos prevê a garantia de moradia a todos os cidadãos. Fausto Rocha (PT) reforçou a fala de João Manoel. “É um direito legítimo. É preciso ter uma solução para a questão habitacional. Neste caso, a Câmara tem que ter um posicionamento dentro da legalidade”.

Walter Ferreira da Silva, o Pira (PPS), e Euclides Buzetto (PT) se colocaram contra o sistema de sorteio das unidades habitacionais. “Quem tem mais tempo de cadastro deveria ser contemplado primeiro”, falou Pira. José Pedro Leite da Silva (PR) e José Luiz Ribeiro (PSDB) lamentaram a situação das famílias do Gilda. 

MARTIM VIEIRA MTB 21.939
FOTO: FABRICE DESMONTS
FONTE: JORNAL DE PIRACICABA