
28 DE JUNHO DE 2013
A assistente social Leda Maria Malosá Mourão receberá “Medalha de Mérito Legislativo” da Câmara de Vereadores de Piracicaba. O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) (...)
A assistente social Leda Maria Malosá Mourão receberá “Medalha de Mérito Legislativo” da Câmara de Vereadores de Piracicaba. O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 44/13, de autoria do vereador João Manoel dos Santos (PTB), foi aprovado na reunião ordinária desta quinta-feira, 27.
Leda Mourão é a responsável pela instalação do serviço municipal de atendimento a pessoas com HIV/Aids, programa que resultou na criação do Centro de Doenças Infecto Contagiosas (Cedic), ligado à Secretaria Municipal de Saúde. “Falamos de um tempo que o município não contava com serviço de atenção a esta população”, recorda o vereador.
O primeiro caso de portador de HIV registrado em Piracicaba, em 1982, foi identificado quando os testes de triagem eram realizados no Hemonúcleo e a confirmação do diagnóstico, bem como a assistência, eram realizados pela Unicamp. Nesta época, Leda realizava supervisão das unidades de saúde e, em contato com os pacidentes de doenças infecto-contagiosas, ela percebe a necessidade de mudar aquele modelo de atendimento.
Desta forma, “desafiada” pelo médico infectologista Hamilton Bonilha, Leda torna-se protagonista da instalação de uma nova maneira para tratar os portadores de doenças infecto-contagiosas, especialmente HIV/Aids.
Como articuladora do Cedic, a assistente social buscou formas e estratégias para viabilizar e implantar o serviço em Piracicaba, enfrentando o medo do desconhecido e o preconceito, que levou, por vezes, a perda de amigos e colegas de trabalho.
O atendimento era na sala de reunião no Centro de Especialidade, uma vez vez por semana, às quintas-feiras, quando fazia consultas e coleta de exames, além de realizar o acolhimento/aconselhamento e o atendimento social dos pacientes, dando suporte à revelação do diagnóstico e ao acompanhamento dos casos.
Desde 1993, o Cedic passou a ter sede própria e equipe específica, tornando-se um Serviço de Atenção Especializada (SAE). Nesta época, ainda sem o coquetel de remédios que hoje prolonga a vida destes pacientes, quem recebia o diagnóstico iam a óbito quase que no mesmo ano, o que tornava desafiador o trabalho junto a esta população.
Duas décadas depois, a realidade é diferente, mas ainda permanecem o preconceito e a exclusão sobre os portadores do HIV e doentes de Aids. Mas o aumento da sobrevida e a melhoria da qualidade de vida destes pacientes se devem a uma geração de profissionais abnegados, da qual Leda não só faz parte como tem papel de protagonista.
Texto: Erich Vallim Vicente MTb 40.337
Foto: Fabrice Desmonts MTb 22.946