O vereador José Pedro Leite da Silva (PR) usou a tribuna na reunião ordinária desta quinta-feira, 1, para criticar o sistema de implantação de radares do município. “Eles (radares) são instalados mais para arrecadar para sustentar este contrato”, disse ele, ao citar a relação da Prefeitura Municipal com a empresa responsável pelo sistema, avaliado em R$ 5 milhões anuais – pouco mais de R$ 400 mil ao mês.

José Pedro retrata a compra de 15 palms tops (computadores de mão) que, no primeiro semestre de 2011, fizeram 1.700 multas e, em três meses depois que o próprio vereador destacou o custo dos aparelhos, autuou mais de cinco mil vezes. “Será que isso foi fruto do que nós apresentamos aqui, porque iria aumentar, do dia para noite, em tamanha quantidade”, disse o vereador. A avaliação do vereador é que, pelos valores do aparelho, 1.700 multas não cobre nem os custos de uso, em torno de R$ 90 por dia.

Na avaliação do vereador, a administração municipal poderia ser mais transparente quanto aos custos e os materiais comprados. Ele relatou, ainda, as pinturas de chão por metro quadrado, avaliado em torno de R$ 44, “sendo que a pintura próxima do novo viaduto da avenida Primeiro de Agosto teve de ser refeito alguns meses após”, disse ele, colocando em dúvida o preço em relação à qualidade da tinta e o serviço realizado.

“Não é que eu fico pegando no pé da empresa, mas tenho por obrigação zelar (pelo uso do dinheiro público)”, disse. Na avaliação de José Pedro, se a Prefeitura abrisse uma nova licitação para o sistema de radares, conseguiria economizar cerca de 30 a 40 por cento , em torno de R$ 2 milhões, “o valor para ser investido em outros setores”, sugeriu.

Texto: Erich Vallim Vicente MTb 40.337
Foto: Fabrice Desmonts MTb 22.946