
26 DE FEVEREIRO DE 2013
Patrícia Amaral pensou em desistir de montar sua clínica veterinária em Ártemis. Não por causa das dificuldades do empreendimento, mas devido ao refluxo de água e e (...)
Patrícia Amaral pensou em desistir de montar sua clínica veterinária em Ártemis. Não por causa das dificuldades do empreendimento, mas devido ao refluxo de água e esgoto que, a cada chuva, inunda a rua Fioravante Senedesi e transforma a vida dela num martírio. “É desanimador”, diz, sem esconder a tristeza. E isso porque ela sofre com o problema desde novembro, quando abriu a clínica. Sua mãe, Neusa Amaral, proprietária de agropecuária em imóvel vizinho, encara a situação há 11 anos. “Não aguento mais”. A jovem Brandeli Cardoso e seus pais Antonio e Terezinha, contaram que o piso de sua casa está afundando, devido ao mesmo problema.
Na tarde desta terça-feira, 26, o vereador Gilmar Rotta (PMDB) levou o engenheiro da empresa Águas do Mirante, Fábio Arruda, para conversar a respeito do problema. “Recebemos diversas reclamações no nosso gabinete por isso decidimos trazê-lo aqui para conversar com os moradores e tentar as melhores soluções”, disse o vereador. E, pelo que o profissional da empresa responsável pelo esgoto pode observar, os problemas são inúmeros e precisam ainda sem mais analisados para conseguir resolvê-los.
“Acontece que existem dois problemas muito comuns em toda a rede de esgoto da cidade”, explica Fábio Arruda. O primeiro deles é a falta de acesso às caixas de inspeção, que ligam as redes públicas (de água e esgoto) às instalações internas das casas. No caso da clínica de Patrícia, até que essa situação está bem regularizada, já que a caixa pode ser removida para ser verificada. “Muitas vezes, porém, estas caixas são cimentadas, causando mais dificuldades”, avalia o técnico da empresa.
Mas, apesar disso, a situação mais complicada é com o volume de água na rede de esgoto, o qual daí entra num problema ainda maior. “A rede de esgoto é capaz de atender, isso em si não é a questão”, aponta Fábio. “O problema está no fato de que muitas construções que redirecionam a água da chuva da casa para o sistema e, quando chove, ele não resiste”, explica o engenheiro. “É um problema que vemos em toda a cidade e provavelmente deve estar ocorrendo aqui também”, avalia.
O problema é tão grande que afeta outras casas também. O casal de aposentados, Laércio e Maria Inês Delamutta Ayres da Costa, sofre com a infiltração na sua casa, com água misturada com esgoto. “Vem com um forte mau cheiro”, explica Laércio. Este, aliás, é o mesmo problema enfrentado por Patrícia Amaral na clínica veterinária. A água, além de invadir os cômodos do imóvel, vai com forte mau cheiro, dando sinal direto de que passou pelo esgoto. “Este é o resultado de misturar sistema de água com o de esgoto”, atesta Fábio.
Durante a visita, o vereador Gilmar Rotta destacou a importância de realizar uma análise topográfica para esclarecer os detalhes, porque também pode haver outros problemas, como fissuras na rede, já antiga, ou tubulação com vazamentos. “O importante é fazer este levantamento para depois termos a certeza de como solucionar”, disse o vereador, que ainda pretende protocolar uma indicação alertando o poder público quanto à situação encontrada no Distrito Ártemis.
Texto: Erich Vallim Vicente MTb 40.337
Foto: Fabrice Desmonts MTb 22.946