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25 DE SETEMBRO DE 2012

Função delegada exaure a capacidade física e psicológica do policial, critica Paiva


O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) criticou a adoção, pelo Governo de São Paulo, da função delegada, o chamado "bico oficial" dos policiais militares. "Se (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução


O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) criticou a adoção, pelo Governo de São Paulo, da função delegada, o chamado "bico oficial" dos policiais militares. "Se a lei concedeu o intervalo de descanso, o policial não pode usá-lo para complementar sua renda", refletiu o parlamentar. Ele usou a tribuna da Câmara de Vereadores de Piracicaba por duas vezes na reunião ordinária desta segunda-feira (24) – uma vez por 10 minutos e outra por 5 minutos – quando teceu duras críticas à atuação do poder público em relação à segurança e a atuação da imprensa.

Segundo Paiva, o governo opta pela prática (que resulta em ganho extra ao policial, mas o faz trabalhar em seu período de folga) "em vez de melhorar o salário" da categoria. "Como pode um profissional da segurança ganhar menos que o piso de R$ 2.400?", questionou, ao citar o valor apontado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) como o salário mínimo que o trabalhador deveria receber no país.

Na opinião do vereador, a administração paulista tem optado por uma política de segurança "de governo", e não "de Estado", e pelo enfraquecimento da Polícia Civil em contraposição ao fortalecimento da Polícia Militar. "Para o munícipe, a função delegada pode ser a solução; para o policial, é exaurir sua capacidade física e psicológica", observou.

COBRANÇA – O vereador também criticou a atuação do prefeito Barjas Negri em relação à situação da criminalidade do município. “Quantas execuções já ocorreram nos últimos dias e parece que está tudo normal, como isso pode acontecer?”, disse Paiva, destacando o assassinato de um policial militar no início do mês. “A polícia não pode ser escudo de uma política de segurança que está sem articulação”, declarou, e destacou que todos os sete candidatos a prefeito de Piracicaba coloquem como prioridade a reativação da Secretaria Municipal de Segurança – extinta desde 2004, por decisão do atual prefeito municipal.

Na tribuna, Paiva também fez críticas ao mau jornalismo, citando o exemplo da revista Veja ("Olha o que a Veja fez nesse país. O Carlinhos Cachoeira determinava as manchetes e a capa") para "defender a liberdade de informar", mas "não divulgar a pessoa como alguém que cometeu uma irregularidade", mencionando o episódio envolvendo o colega José Aparecido Longatto (PSDB).

O vereador do PT destacou, ainda, que na eleição de 2010, que elegeu a atual presidente Dilma Rousseff, o seu partido também foi vítima do “mau jornalismo”, tendo responder a calúnias feitas por órgãos de imprensa.

Paiva ainda abordou os comentários, em redes sociais, que tratam do aumento do subsídio dos vereadores para a próxima legislatura. Ele lembrou que o acréscimo só vale para quem assumir uma cadeira na Câmara a partir de 2013, já que um vereador não pode elevar seu próprio salário no exercício de seu mandato, e fez uma reflexão sobre o custo que ele, Paiva, terá ao eleitor dele caso seja reeleito com o mesmo número de votos obtidos em 2008. "Meu mandato vai custar 13 centavos por dia ou R$ 4 por mês" para cada um, afirmou.


TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918
(Com informações de Erich Vallim Vicente / MTB 40.337

FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Legislativo José Paiva

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