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22 DE MARÇO DE 2021

Especialista defende mobilização comunitária em defesa da água


Afonso Peche Filho, pesquisador do IAC, participou, na tarde desta segunda-feira (22), de roda de conversa na Escola do Legislativo.



EM PIRACICABA (SP)  

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A mobilização comunitária no sentido de introduzir a “variável da água” nos “mais diferentes aspectos” do debate público é o caminho apontado pelo pesquisador Afonso Peche Filho, do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), para que a sociedade possa fazer frente ao desafio da segurança hídrica nos municípios.

Ele participou, na tarde desta segunda-feira (22), da roda de conversa “Desafios da gestão dos recursos hídricos”, realizada pela Escola do Legislativo, e que marca o Dia Mundial da Água.

“O primeiro ponto (a ser debatido) é a organização comunitária, se nós temos uma situação que é debilitada e problemas crônicos em torno da organização comunitária de maneira geral, imagina então em relação à água, onde temos uma profunda indiferença”, disse. “O cidadão não se entende como um homem hidrológico e, ainda, a cidade não se vê como uma cidade hidrológica”, disse. 

Peche Filho defende que a gestão da água precisa ser discutida em uma linha interdisciplinar dentro da estrutura do poder público. “A Secretaria de Saúde tem aspectos ligados à água, assim como a Secretaria de Educação, de Habitação, de Desenvolvimento Social, de Desenvolvimento Econômico”, esclarece, ao colocar a segurança hídrica como aspecto central do funcionamento da municipalidade em linha geral.

Ele questiona quando a sociedade, a partir de suas organizações associativas, se organiza de maneira efetiva para trazer o debate à tona. “Vivemos em um sistema capitalista que é predatório, e isso não é apenas uma opinião, é algo visível, por isso é necessário ter esse debate de maneira central”, destaca.

A avaliação do especialista é que, embora haja uma normativa a partir das eleições, tanto nacionais quanto estaduais e municipais, somente com a mobilização comunitária em torno dos problemas relacionados à água é que será possível encontrar soluções que atendam as necessidades do Município. 

Ao longo de quase duas horas de conversa pela plataforma Zoom, com cerca de 20 participantes, o pesquisador apontou o que classifica como “perguntas fundamentais” para o debate da segurança hídrica, traçando desde uma análise sobre a substituição da paisagem natural para uma paisagem cultivada, assim como o risco de colapso, tendo como norte as preocupações introduzidas no Plano Diretor, destacando a situação das periferias e da qualidade da água.

Na ocasião, a vereadora Silvia Morales, do mandato coletivo A Cidade É Sua (PV), diretora da Escola do Legislativo, lembrou da discussão do Plano Diretor do Município de Piracicaba, em que se estabelece uma área de proteção hídrica na região Oeste, porém salientou que ao longo de quase duas décadas houve avanço na região Norte, onde se concentra a captação de água.

“Isso é algo muito preocupante, porque lá no passado, se pensava em uma cidade que crescesse mais para o Sul, mas isso foi revertido”, lembrou.



Texto:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Escola do Legislativo Meio Ambiente Silvia Maria Morales

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