
14 DE MAIO DE 2019
O consultor administrativo, em nome do Conepir ocupou a tribuna da Câmara na noite de ontem (13) para lembrar do dia que não é comemorado pelo movimento negro
Escravidão: Adney Araújo avalia o pós 13 de maio refletido nas favelas
O consultor administrativo, Adney Araújo, presidente do Conepi (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Piracicaba) ocupou a tribuna popular, da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na noite de ontem (13), por ocasião da 27ª reunião ordinária para registrar os 131 anos em que foi assinada a lei áurea no Brasil, decretando o fim da escravidão.
O presidente da Câmara, Gilmar Rotta (MDB) suspendeu o expediente da reunião ordinária, por cinco minutos, para que o representante do Conepir pudesse fazer suas explanações em nome da comunidade negra.
"Hoje não é um dia que o movimento negro comemora, vergonhosamente, hoje, em Brasília, dois deputados fazem comemoração à princesa Isabel, não conhecem a história. Temos o 13 de maio como o dia nacional de denúncia contra o racismo. A Mangueira, no Carnaval, colocou um tema que entrou na história. "
Adney Araújo também não deixou de considerar que a libertaçao foi um crime civil muito grande, depois vieram leis que proibiam o negro de estudar e ter emprego. Temos um parágrafo apagado de nossa história, quando se diz do desenvolvimento para a comunidade negra. Em 2010 veio o Estatuto da Promoção e Igualdade Racial.
O dia seguinte ao 13 de maio também foi pontuado por Adney para mostrar que ainda hoje a situação não mudou. "Acordaram no dia 14 e viram que não tinham casa e nem emprego. O reflexo do dia 14 são hoje as comunidades, os aglomerados de favela. Nenhuma guerra mata mais jovens negros que o Brasil. Qual política nacional temos para chegar à igualdade?", indagou o ativista negro, enfatizando que o Conepir é exemplo nacional do trabalho de luta em prol do povo negro, com ações nos 365 dias do ano.