
09 DE ABRIL DE 2008
O Babalorixá Eduardo Gomes de Oxumaré, coordenador do Núcleo Piracicaba, da Rede e presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação (Siema (...)
O Babalorixá Eduardo Gomes de Oxumaré, coordenador do Núcleo Piracicaba, da Rede e presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação (Siemaco), acompanhado de outros Babalorixá e Iyalorixas e filhos, na condição de coordenador do núcleo Piracicaba, da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, ocupou a Tribuna Popular da Câmara, na reunião ordinária da última segunda-feira (7) para destacar o Dia Mundial da Saúde (7 de abril), bem como discorrer sobre o 4.o Seminário Estadual da Rede de Religiões Afro-Brasileiras de Saúde, que ocorrerá em Piracicaba, na Faculdade de Odontologia (FOP), nos dias 29 e 30 de Novembro e 1.o de dezembro de 2008.
No seminário, dentre os temas a serem discutidos, Eduardo Gomes ressalta a Constituição Federal Brasileira, que assegura um Estado laico. A consideração é que esta condição deva de fato sair do papel para se tornar realidade nos dias atuais.
No primeiro seminário da Rede Brasileira de Religiões Afro, unidade local, realizado em Piracicaba no começo deste ano, Ile Omi Axe Afojidan, e a Comunidade do Caboclo Lua Branca (entidade coordenada por Eduardo Gomes), discutiram a relação dos terreiros com o sistema oficial de saúde e troca de experiências e a intolerância religiosa.
“Tudo começa pela visão de mundo dos terreiros”, observou Celso Ricardo Monteiro, Pai Celso, do Grupo de Valorização de Trabalho em Rede (GVTR), e coordenador do Núcleo São Paulo da Rede, em matéria divulgada na imprensa local.
Para ele, a proposta oficial de saúde é “racista e preconceituosa” e, por isso afasta os adeptos das religiões afro, que vão buscar esteio junto aos pais e mães de santo.
Pai Celso deu como exemplo de uma pessoa internada no hospital que não pode usar suas vestimentas e oferendas no quarto. “Como podem desrespeitar essas que são práticas dos terreiros e que dão força às pessoas?”.
Por isso, uma das propostas da rede é propor a unificação de linguagem, sem negar valores. “Não podemos esquecer que a energia vital vem de dentro para fora e não de fora para dentro”, principio que está, para os adeptos dos terreiros, representado por elementos simbólicos renegados pela oficialidade e em conflito com a noção de higiene da medicina. “Essas rejeições são históricas”.
“Nesse sentido, temos que encontrar nos terreiros, na linguagem interna dos terreiros, as possibilidades de relacionamento com o outro sem violarmos nossas crenças, nossos ritos”, observa Pai Celso.
Em sua opinião, é preciso quebrar o preconceito sem confronto, mas com a educação. “Um das falas comuns, que faz parte de nossa orientação, é: ‘ fale com os orixás, mas não deixe de tomar remédio’”.
Na ocasião, Moisés Taglietta, representante da Secretaria Municipal de Saúde, coordenador do programa DST/AIDS, garantiu que a Prefeitura de Piracicaba é parceira da rede desde 2003.
“Foi a primeira parceria no interior do Estado e que ainda se encontra ativa”. Em sua opinião, o público dos terreiros precisa ser tratado com muita atenção, “porque eles têm prática de saúde com seus adeptos e precisamos unir isso por intermédio de seus líderes espirituais. Ou seja, precisamos entender o universo deles para respeitar e fazer valer também para este segmento social um dos princípios do SUS, que é da equidade”, disse.
Eduardo Gomes informa que as pessoas interessadas podem entrar em contato com a entidade em Piracicaba ao enviar e-mail para o endereço eletrônico: arrobaboi@bol.com.br, ou no telefone: 8174-2401.
CAMPINAS
O Babalorixá, Eduardo Gomes também destacou a realização do I seminário da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, em Campinas.
O evento tem como objetivo a ampliação da participação das comunidades de Terreiro na Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e a multiplicação de informações, para a eficácia do controle social das políticas púbicas de saúde, em particular a Política Nacional de Saúde da População Negra nos municípios e no Estado de São Paulo.
O seminário acontecerá:
Dia 18 de Abril de 2008, entre 14h – 17h30;
Local: Sinergia - Sindicato dos Eletricitários
Endereço: Rua Dr. Quirino, 1511 - Centro em Campinas/SP.
Maiores informações podem ser obtidas nos fones (19) 9792-0701/3266-6123 ou
3979-8107ou ainda no fone (11) 8219-5595 e no e-mail: saudenoterreiro@yahoo.com.br
Programação:
14h – Acolhimento/Credenciamento.
14h30 – Ato religioso: louvações aos Deuses e Ancestrais.
15h - Mesa de Abertura.
Cristina Ilário – Coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids – Secretaria Municipal de Saúde de Campinas
Babalorixá Eduardo Gomes de Oxumare – Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde/Piracicaba
Mametu Corajacy – Comissão Organizadora.
Iyalorixá Cristina Martins de Oxum – Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde/São Paulo.
15h30 - Painel I: Histórico, Princípios e Valores da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde.
Babalorixá Celso Ricardo Monteiro de Oxaguián.
Coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde/SP.
Coordenador: Babalorixá Tologi – Instituto Cultural Tologi.
16h30 – Painel II: A Campanha da Rede para o ano de 2008 – participação e contribuição dos municípios.
Babalorixá Alaepeoni
Membro da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde/Piracicaba.
Babalorixá Rodolfo Voltarelli de Omolu.
Membro da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde/Piracicaba.
Coordenação: Mãe Dango - Inzo Musambu Angolo Menha/Hortolândia.
17h30 – Encerramento: Confraternização.
MARTIM VIEIRA MTB 21.939
FOTOS: FABRICE DESMONTS MTB 22.946