Na última quarta-feira (31), o Vereador Chico Almeida (PT) visitou o Centro de Apoio ao Dependente (CADE) e conversou com o presidente da instituição, Thiago Silva. Durante o encontro, foram discutidos os problemas enfrentados pelo CADE. A entidade é voltada para o tratamento de dependentes químicos (álcool e drogas) e hoje atende 36 homens. “Não os chamo de internos, porque eles não estão internados.

 Os chamo de alunos porque aqui eles estão reaprendendo a viver. Ser aluno é ser aprendiz”, comentou Silva. O projeto já existe há nove meses e a iniciativa partiu do próprio presidente. Ele encaminhou e-mail para todos os vereadores, pedindo auxilio para manter o projeto. “Foi então que recebi a resposta do Chico. Foi aí que descobrimos que já nos conhecíamos”, disse Silva.

 “Eu sempre tive vontade de ajudar um projeto social. Quando recebi o e-mail, o procurei e soube que ele já tinha ido ao meu salão cortar o cabelo. Desde então, tenho ajudado ao CADE”, contou o vereador. Silva começou o projeto social a partir de experiência própria. Ex-dependente químico, decidiu abandonar o vício e ajudar aqueles que sofriam com o mesmo problema. Começou com um casal, que morava na rua e quatro meses depois, já contava com um espaço próprio para tratar mais pessoas.

 “Minha intenção sempre foi realizar um projeto no qual nada precisasse ser pago e que a forma de tratamento também fosse diferente. O CADE não é uma clínica, é um centro de apoio. O aluno é livre para sair, se quiser. Mas aqui dentro, deve obedecer as regras da casa”, afirmou. Além disso, o CADE trabalha com a doutrina cristã. “Não pregamos placa de nenhuma igreja, nem fazemos apologia a nenhuma religião. Mas, como sempre fui aficionado à Palavra de Deus, decidi que isso seria parte fundamental no tratamento.

Mostrar a palavra, ensinar o Evangelho, apresentar o amor de Jesus. É a ideia da fé racional, de amar o próximo, de cuidar da dependência usando a força espiritual”, explicou Silva. O CADE hoje está instalado em uma chácara de 32 mil metros quadrados, no bairro Nova Suiça. Contém campo de futebol, piscina, lagoa, campo de vôlei, academia, galinheiro e horta.

Também oferece aulas de artesanato e pintura. Entretanto, a dificuldade financeira é o que mais prejudica o andamento dos trabalhos. De acordo com o presidente, a dificuldade maior é custear o aluguel da chácara. “Além disso, precisamos de feijão e mistura. São consumidos, por dia, 15 quilos de arroz e quatro quilos de feijão. Então precisamos também de mantimentos. Fora isso, ainda existem as contas de energia, o gás. Precisamos também de produtos de higiene, limpeza, roupas de cama, colchões, travesseiros”, disse.

Silva ainda comentou que gostaria de contar com um psicólogo para ajudar nos trabalhos e também com parcerias de empresas, que pudessem, de alguma forma, auxiliar nas necessidades da casa. “Estou há seis anos com esse projeto em mente e, agora que ele já foi iniciado, quero que ele seja reconhecido”, afirmou.

Matéria: Camila Piacentin

Foto: Davi Negri MTB 20.499