
07 DE MAIO DE 2008
Conforme iniciativa do vereador Ary Pedroso Júnior (PDT), a Câmara de Piracicaba, na noite de hoje (7), às 19h30, em cumprimento aos preceitos da lei municipal 5.11 (...)
Conforme iniciativa do vereador Ary Pedroso Júnior (PDT), a Câmara de Piracicaba, na noite de hoje (7), às 19h30, em cumprimento aos preceitos da lei municipal 5.118/02, de autoria do próprio parlamentar, que comemora o Dia Municipal do Câncer, em 03 de Maio, reservou as dependências do Salão Nobre "Prof. Helly de Campos Melges", para a promoção da palestra ministrada pelo cancerologista, Rodrigo Reis, da Sociedade Brasileira de Cancerologia, que abordou o tema "Câncer de Mama". O evento teve transmissão ao vivo pela TV Câmara, canal 08 da Net e, pela rede mundial de computadores, a Internet, no site www.camarapiracicaba.sp.gov.br, contando com a presença de autoridades e alunos de curso de enfermagem.
Na composição da mesa diretiva, o presidente da Câmara, João Manoel dos Santos (PTB), abriu os trabalhos da noite destacando a importância da Câmara estreitar relações com a sociedade na discussão de temas relevantes. O vereador Ary Pedroso Júnior fez a leitura bíblica e também ressaltou a condição do Poder Legislativo garantir a discussão de temas da área da saúde.
Rodrigues Reis iniciou suas explanações mostrando que a saúde pública é o problema número um, onde os casos de cânceres são os maiores causadores de mortes em mulheres, principalmente nas pessoas acima de 50 anos. E, traçou um panorama da pesquisa mundial, que mostra a incidência de cânceres, predominantemente em países desenvolvidos.
Rodrigues Reis disse que só o exame de mama não reduz os casos de canceres. Para o médico, só o exame precoce, por intermédio de mamografia, é capaz de contrapor os exames de toque, sendo que torna-se quase impossível que a simples mulher, uma dona de casa por exemplo consiga detectar um tumor com menos de um centímetro.
Rodrigues Reis também discorreu sobre os fatores de risco, que passam por doenças nas axilas, menstruação precoce, obesidade versus atividade física, ingestão de gorduras, tabagismo e alcoolismo, histórico familiar, reposição hormonal, fitoterápicos e, outros procedimentos que podem contribuir no aparecimento do câncer.
Rodrigues Reis citou o agulhamento e outras intervenções nos nódulos, biópcias e retirada de fragmentos por agulhas. A consideração é que os procedimentos atuais já dispensam as cirurgias, sendo que hoje as cirurgias são menos radicais.
Rodrigues Reis finalizou sua palestra abordando problemas estruturais do governo federal, que refletem no sistema nacional de saúde, como o SUS, onde a população fica privada dos avanços tecnológicos.
O vereador Ary Pedroso, nas suas considerações finais, destacou o aprendizado que obteve ao acompanhar as explicações de Rodrigues Reis e, reiterou a disposição da classe política tomar ciência do problema que afeta a área da saúde. O vereador também indagou sobre a colocação de prótese em mulheres, no que foi informado por Rodrigues Reis, que a colocação de silicone não causa câncer.
Sintomas
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca de laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.
Este tipo de câncer representa nos países ocidentais uma das principais causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de dez vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos registros de câncer de base populacional de diversos continentes. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, em 2006, ocorreram cerca de 50 mil casos no Brasil.
Dia Mundial
O dia 8 de abril é considerado o Dia Mundial de combate ao câncer. A vigilância é um dos componentes fundamentais para o planejamento e monitoramento da efetividade de programas de controle de câncer bem como a avaliação de seu desempenho. Um sistema de vigilância estruturado fornece informações sobre a magnitude e o impacto do câncer, como também sobre o efeito das medidas de prevenção, detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos. Os registros de câncer (de base populacional e hospitalares) são parte deste sistema de vigilância.
Para o estabelecimento de medidas efetivas de controle do câncer fazem-se necessárias informações de qualidade sobre sua distribuição de incidência e mortalidade, o que possibilita melhor compreensão sobre a doença e seus determinantes; formulação de hipóteses causais; avaliação dos avanços tecnológicos aplicados à prevenção e tratamento, bem como a efetividade da atenção à saúde.
As informações sobre mortalidade por câncer, de abrangência nacional, têm sido amplamente utilizadas como alternativa viável frente à realidade das informações sobre incidência não serem representativas do país.
Em 2005, de um total de 58 milhões de mortes ocorridas no mundo, o câncer foi responsável por 7,6 milhões, o que representou 13% de todas as mortes. Os principais tipos de câncer com maior mortalidade foram: pulmão (1,3 milhão); estômago (cerca de 1 milhão); fígado (662 mil); cólon (655 mil); e, mama (502 mil). Do total de óbitos por câncer ocorridos em 2005, mais de 70% ocorreram em países de média ou baixa renda (WHO, 2006). Estima-se que em 2020 o número de casos novos anuais seja da ordem de 15 milhões. Cerca de 60% destes novos casos ocorrerão em países em desenvolvimento.
No Brasil, as estimativas para o ano de 2008 e válidas também para o ano de 2009, apontam que ocorrerão 466.730 casos novos de câncer.
Os tipos mais incidentes, à exceção do câncer de pele do tipo não melanoma, serão os cânceres de próstata e de pulmão no sexo masculino e os cânceres de mama e de colo do útero no sexo feminino, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada no mundo.
Em 2008 são esperados 231.860 casos novos para o sexo masculino e 234.870 para sexo feminino. Estima-se que o câncer de pele do tipo não melanoma (115 mil casos novos) será o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (49 mil), mama feminina (49 mil), pulmão (27 mil), cólon e reto (27 mil), estômago (22 mil) e colo do útero (19 mil
Câncer na Infância e na Adolescência
Segundo o INCA, todo ano surgem entre 12 e 13 mil casos de câncer em crianças no Brasil. É a terceira causa-morte de crianças entre um e 14 anos de idade, por falta de tratamento e diagnóstico a tempo. Além disto, um diagnóstico demorado pode exigir tratamentos mais traumáticos, capazes de deixar seqüelas ou exigir amputação.
É importante destacar que o diagnóstico precoce é a melhor arma contra o câncer infantil. Isto serve de alerta para os sintomas que, no início do câncer, parecem típicos de doenças corriqueiras das crianças. Com o diagnóstico a tempo, 60% dos casos na infância têm cura.
Os sintomas envolvem manifestações comuns a outras doenças não malignas como palidez, anemia, febre baixa, perda de peso, sudorese noturna, dor óssea ou nas juntas, ínguas, dor de cabeça, dificuldade para andar, dor de cabeça, inchaços e vômitos. É sempre bom investigar: um sintoma de verminose, como a barriga inchada, pode indicar um tumor no rim ou alças intestinais, por exemplo. Os tumores malignos que mais acometem crianças e adolescentes são a Leucemia, Sarcoma de Ewing, Linfoma de Hodgkin, Retinoblastoma, Câncer hepático e Osteossarcoma.
A quimioterapia é indicada em 65% dos casos, associada ou não a cirurgias. A radioterapia também pode ser utilizada no tratamento de alguns casos. Para que a criança possa receber altas doses de quimioterapia, às vezes pode ser feito um transplante de medula óssea.
Exames
A partir dos 20 anos, a mulher deve fazer o exame preventivo do câncer de colo do útero
Aos 35 anos, a mulher deve submeter-se a uma mamografia de base; aos 40, uma mamografia de controle e a partir dos 50 anos, a uma anual.
Texto e Pesquisa: Jornalista Martim Vieira Mtb 21.939
Fotos: Fabrice Desmonts MTB 22.946