
03 DE OUTUBRO DE 2011
Os vereadores de Piracicaba não aprovaram – por 12 votos a três – a Moção de Repúdio 125, de 2011, do vereador Laércio Trevisan Jr. (PR), contra a construção do pre (...)
Os vereadores de Piracicaba não aprovaram – por 12 votos a três – a Moção de Repúdio 125, de 2011, do vereador Laércio Trevisan Jr. (PR), contra a construção do presídio estadual na cidade, anunciado pelo Governo do Estado de São Paulo. Na justificativa, o vereador lembra matéria do Jornal de Piracicaba, no último dia 23, sobre a construção da penitenciária masculina no município.
Os três vereadores favoráveis à Moção de Repúdio – Laércio Trevisan Jr. e José Pedro Leite da Silva, ambos do PR, e de José Antonio Fernandes Paiva (PT) – se alternaram na tribuna da Câmara de Vereadores de Piracicaba para criticar a decisão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a construção do presídio, que havia sido abortada pelo Executivo paulista, mas foi agora retomada.
As críticas são em torno da área escolhida para construção do presídio, o bairro Água Santa, na estrada Laerte Corte (SP 147), saída para Limeira, próxima ao bairro Santa Rosa, e onde está a Fatec Piracicaba e a nova fábrica de automóveis da Hyundai. “O local chama-se Água Santa, então, já pelo nome se vê que é impossível uma construção deste porte naquela região”, disse José Pedro.
Para o vereador Paiva, o problema está na distância do presídio, a apenas seis quilômetros do Centro de Piracicaba. “Porque não construir a 30, 40 quilômetros do Centro da cidade, para atender esta região”, disse o vereador do PT. Ele disse, ainda, que é contrário à construção do presídio também por não admitir que a cidade tenha que dar a contra-parte das conquistas enviadas pelo governo estadual. “Então, se alguém da minha família casa com uma pessoa boa, tem que aceitar uma pessoa de má índole, como contra-parte”, indagou o vereador.
Laércio Trevisan Jr. (PR) sugeriu a construção do presídio na zona rural de Piracicaba. E repetiu o que já havia destacada na justificativa da Moção de Repúdio, lembrando que a cidade está com índices de segurança efetivamente alarmantes e que a sociedade piracicabana demonstrou, em abaixo-assinado com mais de 22 mil assinaturas, sua contrariedade à instalação da penitenciária.
Trevisan Jr. lembra, ainda, de dossiê da resistência imposta pela frente popular coordenada pelos vereadores de Piracicaba contra a instalação do presídio e de passeata, realizada no dia 19 de junho de 2009, além da Moção de Apelo 40, de 2009, todas atividades demonstrando o repúdio da população à proposta do governo estadual de construir um novo presídio na cidade.
Ele cita, ainda, que a realidade do centro provisório local “já, por si só, relata os fatos, o qual deveria abrigar, no máximo, 692 detentos e hoje conta com 1.300, sendo somente 300 de Piracicaba”.
Entre os vereadores que não votaram a favor da Moção de Repúdio, o vereador Carlos Gomes, o Capitão Gomes (PP), destacou que não aprovou a moção porque, o que discorda é da localização, “totalmente absurda”. Ele chegou a sugerir a Trevisan Jr. a retirada da proposta da Moção de Repúdio, e declarou que o repúdio não irá resolver a situação. “Também não dá para construir presídio na Lua, então é preciso discutir a localização”, finalizou.
Texto: Erich Vallim Vicente MTb 40.337
Foto: Fabrice Desmonts MTb 22.946