A Câmara de Vereadores de Piracicaba foi premiada no VI Congresso Nacional de Arquivologia realizado entre os dias 20 e 23 de outubro, em Santa Maria (RS). A conquista se deu a partir da apresentação da Política de Difusão Educativa e Cultural do Arquivo, desenvolvida pelo historiador Fábio Bragança. “Foi a primeira vez que inscrevi em evento deste gênero e realmente não esperava este reconhecimento”, disse. 

Considerado um dos eventos mais importantes do gênero no País, o Congresso recebeu quase 400 projetos de todo o País e o trabalho da Câmara ficou em primeiro lugar no eixo-temático “Patrimônio Documental e Memória”. 

O projeto de Bragança envolve tanto a adequação da estrutura física para arquivar os documentos legais e históricos na Câmara quanto o acesso destas informações a pesquisadores e população em geral. “Fiz um levantamento sobre as especificidades para desenvolvermos um espaço onde estes materiais possam ser catalogados e, ao mesmo tempo, criar um sistema em que estes dados possam ser, facilmente, acessados”, disse. 

Desde o ano passado, a Câmara de Vereadores de Piracicaba desenvolve projeto para ocupar o quarto andar do prédio anexo (antigo espaço da Biblioteca Municipal). Neste espaço, todos os documentos oficiais e históricos do Legislativo serão arquivados e, de acordo com Fábio Bragança, existe a expectativa de criar um novo departamento com o objetivo de administrar todo este material em projetos acadêmicos e pedagógicos. 

“Existem alguns conceitos importantes, sobre os quais devemos nos ater, para determinar o que é acesso à informação”, observa Fábio Bragança. Ele informa, por exemplo, que todas as atas da Câmara estão sendo digitalizadas, mas, além disso, “também serão transcritas, para que o acesso àquela informação seja, de fato, viabilizada”, acrescenta o historiador. A previsão é que o Centro de Documentação seja concluído e já comece a funcionar em 2015. 

Mas, além deste centro, o Departamento de Documentação e Arquivo da Câmara de Vereadores de Piracicaba também ficará voltado à administração da Videoteca, da Biblioteca Jurídica, do hall de exposições (onde frequentemente são realizadas mostras temáticas) e o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SIC), por onde qualquer cidadão que buscar uma informação e/ou dado deste arquivo poderá ter acesso. 

“Estamos desenvolvendo modelos de arquivamento e definindo a temporalidade (período em que os dados ficam armazenados)”, acrescenta Fábio Bragança. O objetivo, enfatiza, é criar um arquivo público de maneira crescente e sempre atualizado. “A Câmara adquire, anualmente, prêmios do Salão de Humor, do Salão de Belas Artes e do Salão de Arte Contemporânea, por exemplo, isso faz com que precisemos desenvolver uma forma de dinâmica para arquivamento e, mais importante, de acesso da população”, finaliza.