
04 DE FEVEREIRO DE 2014
Após quase duas horas de discussão na reunião ordinária desta segunda-feira, 3, a Mesa Diretora decidiu convocar representantes do Executivo
A Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Piracicaba irá convocar representantes da Prefeitura Municipal para obter explicações acerca da decisão do prefeito Gabriel Ferrato em romper o contrato com a empresa Tratenge, responsável pela conclusão das obras do Hospital Regional. A convocação foi encaminhada durante a reunião ordinária desta segunda-feira, 3, pelo presidente do Legislativo, vereador João Manoel dos Santos (PTB).
Por quase duas horas, vereadores da base governista e do bloco de oposição discutiram o anuncio do governo municipal de rompimento e destacaram as dificuldades para colocar em funcionamento o Hospital Regional, cuja construção se iniciou na administração do ex-prefeito Barjas Negri (2009-2012) e continua na gestão de Gabriel Ferrato. A convocação de representante do Executivo será na segunda-feira, 10, ou na quinta-feira, 13.
A discussão no Legislativo foi motivada pela entrada, em regime de urgência, do Requerimento 80/14, de autoria do vereador Carlinhos Cavalcante (PPS), com um questionário em torno do rompimento do contrato e dos impactos desta decisão no andamento das obras do Hospital Regional, previsto para ser entregue neste mês. “O rompimento deste contrato foi uma tragédia e nós precisamos saber o que está acontecendo”, disse Cavalcante, ao defender a propositura.
Ele acredita que a discussão sobre o Hospital Regional não deve ser “politizada”, porque “todos nós estamos ansiosos para ver este empreendimento funcionar, mesmo que parcialmente”, disse ele. A obra consumiu cerca de R$ 60 milhões de investimentos do poder público municipal e, de acordo com Projeto de Lei aprovado no final do ano passado, a administração do hospital ficará por conta do Governo Estadual.
Líder do governo na Câmara de Vereadores, o vereador José Aparecido Longatto (PSDB) orientou a base governista a votar favorável ao Requerimento 80/14 e salientou, ainda, que acha importante a ida de um representante da Prefeitura de Piracicaba para explicar diretamente aos vereadores os detalhes do contrato e da decisão pelo rompimento. “Faço dois encaminhamentos, um para que aprovemos o Requerimento 80/14 e, em outro, para representantes da Prefeitura venham responder perguntas dos vereadores”, disse.
“Essa Casa de Leis precisa de informações, sim, porque o dinheiro investido lá é nosso, fomos todos nós que demos bandeira verde para que fossem aplicados no Hospital Regional", finalizou o vereador José Aparecido Longatto (PSDB).
OPOSIÇÃO
Os vereadores Laércio Trevisan Jr. (PR) e José Antonio Fernandes Paiva (PT) apontaram alguns questionamentos em torno do Hospital Regional. Trevisan Jr. (PR) disse que, desde quando foi anunciado, pelo então prefeito Barjas Negri, “já venho criticando e dizendo que o Hospital não sai, e não vai sair ainda neste ano”, disse ele. Da mesma forma, Paiva avalia o empreendimento como um “engodo eleitoral” do ex-prefeito de Piracicaba.
“É terrível que a Prefeitura de Piracicaba tenha investido R$ 60 milhões e não terá qualquer participação na administração do Hospital Regional”, disse ele, ao lembrar do convênio de cessão da gestão do empreendimento ao Governo Estadual, assinado ano passado.
O vereador do PT pediu “mais respeito” da Prefeitura em relação aos vereadores. Ele sugeriu que o Executivo explica a situação ao Legislativo, “porque é uma publicidade gratuita, e não precisaria gastar milhões em publicidade”, disse Paiva.
Devido ao horário-limite da reunião ordinária, o Requerimento 80/14 acabou não sendo votado, mas deverá retornar à Pauta da Ordem do Dia nas próximas reuniões. A propositura conta com 20 perguntas ao Executivo a respeito do rompimento do contrato. “A cidade precisa de explicações”, finalizou o vereador e autor da matéria, Carlinhos Cavalcante.