
17 DE MAIO DE 2013
Foi uma noite histórica à comunidade negra em Piracicaba. A solenidade da noite desta sexta-feira, 17, no salão nobre “Helly de Campos Melges”, da Câmara de Vereado (...)
Foi uma noite histórica à comunidade negra em Piracicaba. A solenidade da noite desta sexta-feira, 17, no salão nobre “Helly de Campos Melges”, da Câmara de Vereadores de Piracicaba, marcou a assinatura do convênio “São Paulo contra o racismo” – onde a cidade inicia trabalho mais eficaz no acolhimento de denúncias de atos racistas –, a posse do presidente Adney Araújo de Abreu no Conselho Municipal da Comunidade Negra e a troca no comando do Centro de Documentação Cultura e Política Negra, saindo Jurandir Silvestre e sendo empossada Ana Lúcia Braz.
“A gente está assinando com a Câmara de Vereadores de Piracicaba um termo de cooperação para que essa Casa de Leis possa receber denúncias de racismo da cidade, as quais seriam encaminhadas à comissão estadual”, explica Eliza Lucas, coordenadora estadual de Políticas Públicas para a População Negra e Indígena. Adotado pelo Governo do Estado de São Paulo em novembro do ano passado, o convênio “São Paulo contra o racismo” amplia a capacidade do poder público em registrar e dar encaminhamento necessário às denúncias sobre racismo.
Com a mesa diretiva dos trabalhos comandada pelo vereador Luiz Carlos Arruda (PV) e tendo a presença do prefeito de Piracicaba, Gabriel Ferrato, foi empossado a primeira diretoria do Conselho Municipal da Comunidade Negra, organismo criado ano passado resultado de uma comissão que já atua na cidade. “O conselho não trabalha sozinho, precisa da parceria de toda a sociedade, já que ele não atua apenas em favor dos negros, porque está focado na igualdade de direitos, vendo o ser humano como um todo e não a partir de raças”, disse o novo presidente.
Em seu discurso, o prefeito Gabriel Ferrato declarou que o poder público, de maneira geral, precisa da atuação da sociedade – “a qual precisa exigir e querer as mudanças culturais”, disse – para que existam transformações profundas de relacionamento. “Estudando a libertação dos escravos, a gente vê como aquele episódio da História foi funcional ao sistema da época”, disse ele, ao apontar a sua preocupação para existam revoluções, de fato, “na qual todos nós possamos conviver em uma sociedade mais justa e igualitária”, destacou o prefeito municipal.
O presidente do Conselho Estadual da Comunidade Negra, Marco Antonio Zitto de Alvarenga, apontou a importância da cidade de Piracicaba “estar sendo vanguarda na criação do conselho”, afirmou. Ele lembrou que a luta pela igualdade é um processo contínuo, “árduo e continuo”, pontuou, “e por isso a atuação fundamental destes organismos”. Da mesma maneira o vereador Luiz Carlos Arruda, o pastor Luizinho, lembrou da necessidade do conselho para que “existam novos avanços, sem perder o que foi conquistado até hoje por esta comunidade”, afirmou.
Ausente no evento devido a convite antecipadamente agendado, o presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, vereador João Manoel dos Santos (PTB) gravou um depoimento, exibido em vídeo durante a solenidade, pelo qual ele exalta a importância da luta do negro na conquista de seus direitos. “Eu peço desculpas por não estar no evento, mas me sinto muito feliz e orgulho pela conquista”, disse ele, que, no evento, foi representado pelo assessor Vanderlei do Carmo.
A solenidade contou ainda com a participação do Quinteto de Cordas da Escola de Música “Ernst Mahle” (Empem) e teve ainda a presença ilustre da ex-deputada estadual Teodosina Ribeiro, considerada um ícone na luta pela igualdade de direitos.
Texto: Erich Vallim Vicente MTb 40.337
Fotos: Fabrice Desmonts MTb 22.946