
22 DE MAIO DE 2012
Aprovada na Reunião Ordinária de segunda-feira (21/05), Moção de Repúdio de autoria do vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), à Federação Brasileira dos Bancos (...)
Aprovada na Reunião Ordinária de segunda-feira (21/05), Moção de Repúdio de autoria do vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), à Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN), na pessoa de seu diretor Rubens Sardenberg, por declarações inconseqüentes contra determinações do Banco Central.
O Governo cobra dos bancos uma redução mais acentuada dos juros, com o argumento de que as condições de solvência da economia permitiriam repetir no Brasil o padrão de taxas internacionais e esperava dos bancos uma postura visionária para expansão do crédito, que é a razão de ser do sistema bancário, e fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País.
A edição 140 do Informativo Semanal de Economia Bancária-Iseb, produzido pela Diretoria de Economia da FEBRABAN, trouxe uma análise da conjuntura do mercado de crédito baseada em dados e estatísticas públicos e na pesquisa sobre expectativas e projeções e opiniões dos analistas, entre eles Rubens Sardenberg.
A publicação do referido informativo agravou as relações entre Governo x Bancos, pois o diálogo entre as duas partes já estava abalado, depois que o presidente da Febraban, Murilo Portugal, apresentou no início de abril uma série de condições para o corte das taxas, como a redução do compulsório recolhido ao Banco Central.
“As ações e reações da Febraban levaram a presidente Dilma Rousseff a dizer, em rede nacional de TV na véspera do Dia do Trabalho, que o sistema financeiro se move apoiado numa ‘lógica perversa’, além de chamar de ‘roubo’ as tarifas cobradas na administração de fundos de investimento”, comentou o vereador.
As polêmicas com o Governo, agravaram-se ainda mais, com o relatório distribuído pelo economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, que colocou em dúvida a eficácia das medidas oficiais para estimular a concessão de empréstimos e aquecer a economia.
No texto intitulado Informativo Semanal de Economia Bancária, Sardenberg escreveu que “alguém já disse que você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber a água”, numa referência à pressão da equipe econômica para a redução dos juros e spreads embutidos nos empréstimos e para o aumento do volume de crédito. Segundo ele, não há garantia de que a perspectiva de redução mais acelerada da Selic possa estimular uma “ampliação significativa da oferta de crédito doméstica”, e que o momento é de incerteza com inadimplência e os desdobramentos da crise financeira internacional.
“ Ressaltamos que não podemos corroborar com o pensamento inconsistente e agressivo da Febraban, pois, como disseram técnicos do governo, o país atravessa uma situação econômica totalmente favorável para a implementação das medidas propostas pelo Banco Central. Portanto, fato é que não podemos obrigar um cavalo a beber água, mas ele também poderá morrer de sede’, disse Paiva.
No documento o vereador lembra que a presidente Dilma Roussef tem demonstrado muita coerência nas ações para administrar a economia de nosso país, e que tais ações, importam na aplicação de tarefas coletivas para alcançarmos êxito. E, que a atitude da Febraban apenas reforça a visão de que o sistema financeiro se move apoiado numa “lógica perversa”, pois não está disposto a correr nenhum risco, mesmo que seja para colher muitos frutos positivos como resultado dessa ação coletiva.
Patrícia Moraes Sant’Ana _ MTb: 24.154
Foto: Fabrice Desmonts _ MTb: 22.946