
31 DE AGOSTO DE 2009
Projeto de lei (240/09), de autoria do vereador José Luiz Ribeiro (PSDB), aprovado em segunda discussão, na reunião ordinária de hoje (31), garante a denominação do (...)
Projeto de lei (240/09), de autoria do vereador José Luiz Ribeiro (PSDB), aprovado em segunda discussão, na reunião ordinária de hoje (31), garante a denominação do Armazém 14 (quatorze), localizado no Engenho Central, que passa a ser denominado de "HENFIL - Henrique de Souza Filho", Cartunista, Quadrinista, Jornalista, Caricaturista e Escritor. Ribeiro defendeu a importância de se perpetuar o legado de Henfil em Piracicaba.
Henfil nasceu em Ribeirão das Neves/MG, em 05 de fevereiro de 1944, cresceu na periferia de Belo Horizonte, onde frequentou um curso superior de Sociologia, que abandonou depois de dois meses. Foi embalador de queijos, "boy" de agência de publicidade e jornalista, até especializar-se, no início da década de 1960.
A carreira de cartunista e quadrinhista começou em 1964, a convite do editor e escritor Robert Dummond, da Revista Alterosa, onde nasceram originalmente Os Fradinhos. Em 1965, começou a fazer caricatura política para o Diário de Minas.
Em 1967, fez charges esportivas para o Jornal dos Sports do Rio de Janeiro, colaborando ainda nas revistas Visão, Realidade, Placar e o Cruzeiro. A partir de 1969, fixou-se no semanário Pasquim e no Jornal do Brasil, onde seus personagens atingiram um nível de popularidade pouco comum em termos de Brasil.
Em 1970, lançou a revista Fradim, que reunia seus personagens mais famosos, portadores de sua marca registrada: um desenho humorístico político, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros e que retratavam a situação nacional da época. Sua importância na história dos quadrinhos no Brasil se deve à renovação que trouxe ao desenho humorístico nacional. Henfil atuou, ainda, em teatro, cinema, televisão e literatura, tendo sido marcante sua atuação nos movimentos políticos e sociais do país.
Após uma década de trabalho no Rio de Janeiro, Henfil mudou-se para Nova York, onde passou dois anos em tratamento de saúde. A estada resultou em seu livro Diário de um Cucaracha (1976). De volta ao Brasil residiu algum tempo no Rio e depois em Natal - RN, retornando novamente ao Rio de Janeiro.
Além das histórias em quadrinhos e cartuns de estilo inconfundível, Henfil realizou a peça de teatro A Revista do Henfil (em co-autoria com Oswaldo Mendes), escreveu, dirigiu e atuou no filme Tanga - Deu no New York Times e teve uma incursão na televisão com o quadro TV Homem, do programa "TV Mulher", na Rede Globo de Televisão. Como escritor, publicou ainda sete livros: Hiroxima, meu humor, Diário de um cucaracha (ambos de 1976), Dez em humor (coletânea, em 1984), Diretas já, Henfil na China, Fradim de Libertação e Como se faz humor político (1984).
Henfil destacou-se, também, pela sua participação na política do país, devido ao seu engajamento na resistência contra a ditadura, pela democratização do país, pela anistia aos presos políticos e pelas Diretas Já.
Finalmente, é importante ressaltar o papel exercido por Henfil na história dos quadrinhos brasileiros e na renovação do desenho humorístico nacional, com a criação de personagens típicos brasileiros - Os fradinhos, o Capitão Zeferino, a Graúna e o Bode Orelana.
Sua obra pode ser considerada como um quadrinho da descolonização, já que foi realizada em uma época em que a produção nacional tinha seu desenvolvimento sufocado pela distribuição dos quadrinhos americanos pelo mundo inteiro. Seu combativo e alegórico humor gráfico brasileiro fazia da crítica uma arma de resistência e combate ao sistema político do país.
O desenhista, jornalista e escritor Henfil cresceu na periferia de Belo Horizonte, onde frequentou o Colégio Arnaldo da Ordem do Verbo Divino, um curso supletivo noturno e um curso superior de sociologia, que abandonou depois de dois meses. Henfil morreu no Rio de Janeiro, com 43 anos, em 04 de janeiro de 1988. Era hemofílico e contraiu Aids por meio de uma transfusão de sangue. Sempre teve uma saúde bastante delicada, assim como seus dois irmãos (Herbert e Francisco Mário), também hemofílicos. Além deles, Henfil tinha mais cinco irmãs.
Martim Vieira Mtb 21.939
Foto: Fabrice Desmonts Mtb 22.946