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11 DE MAIO DE 2021

Alergia alimentar em tempos de pandemia abre Semana da Conscientização


Evento foi promovido pela Escola do Legislativo nesta segunda-feira.



EM PIRACICABA (SP)  

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Palestra foi realizada nesta segunda-feira





A Escola do Legislativo "Antônio Carlos Danelon – Totó Danelon", da Câmara Municipal de Piracicaba, promoveu nesta segunda-feira (10) a primeira das quatro palestras programadas sobre o tema "Conscientização da alergia alimentar", que aborda estratégias para a inclusão com segurança, nas atividades do dia a dia, de quem convive com a condição.

O curso integra a programação da 4ª Semana da Conscientização da Alergia Alimentar de Piracicaba, realizada anualmente na terceira semana de maio, seguindo o decreto legislativo 17/2018. A primeira atividade teve a participação da vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade É Sua, e do vereador Pedro Kawai (PSDB), respectivamente diretora e coordenador da Escola do Legislativo.

Para falar sobre o tema principal do primeiro encontro, "Alergia alimentar em tempos de pandemia: um olhar para os cuidados emocionais", o evento recebeu Érica Campos Gomes, doutoranda e mestre em psicologia clínica pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), também estudiosa e especialista em famílias com crianças e adolescentes com alergia alimentar e/ou com necessidades alimentares especiais.

De acordo com Érica, alergia alimentar pode ser definida como um efeito adverso à saúde, decorrente de uma resposta imunológica específica, que ocorre pela exposição a um dado alimento. "São vários os tipos de reações que podem acontecer e a única forma de cuidado é evitar o contato e gerenciar com medicação adequada, de maneira ágil", ressaltou.

Esses cuidados, explicou a psicóloga, passam inicialmente pela atenção familiar. "A família precisa estar vigilante, mudar valores e hábitos e ter maior controle dos alimentos que entram nas casas, controlando as crianças com uma alimentação diferenciada."

Érica reforçou que esses cuidados têm impactos emocionais não apenas nas crianças, mas em toda a família. "A descoberta de uma alergia alimentar causa um estresse que, por definição, denota o estado gerado por situações que perturbam o equilíbrio do sistema."

O gerenciamento da alergia alimentar, de acordo com Érica, pode dar origem a fatores de estresse não apenas nos círculos mais próximos, como também se estender de forma mais ampla, atingindo o convívio na escola, com amigos, entre outros.

Em sua pesquisa de mestrado, a psicóloga identificou cinco pontos em que há interferência direta da alergia alimentar nas famílias, sendo eles: a rotina diária; os conflitos internos; os conflitos com cônjuge e filhos; os conflitos com a família extensa (avós, tios etc.); e o sentimento de viver com risco constante. "É por isso que devemos ampliar a informação, pois, quanto mais tranquilo for para a sociedade, mais fácil será de lidar com o tema", reforçou.

Para Érica, a pandemia funciona como um acúmulo de fatos estressantes, pois o isolamento potencializa os casos de transtornos pós-traumáticos, ansiedade e depressão, além de acrescer a tudo isso a vivência com o luto decorrente das perdas. "Na pandemia vivemos múltiplos estressores, como o caso de famílias que perderam o trabalho, estão vivendo uma situação de luto e têm uma pessoa cardíaca e um alérgico alimentar em casa. São situações que intensificam o sofrimento psíquico por todo esse acúmulo", pontuou.

Essas situações estressoras exigem, de acordo com a psicóloga, um enfrentamento que irá variar de acordo com os recursos e as possibilidades de cada família, por meio de suas vivências. Para isso, é necessário considerar os fatores de risco e de proteção. "Essa é uma oportunidade de essas crianças vivenciarem a escola sem que seja necessário se preocupar com a hora do lanche. No retorno presencial, muitos alunos passaram a comer dentro da sala, o que pode ser considerado um fator de risco para as crianças com alergia alimentar, portanto será necessária uma maior comunicação com a escola para avaliar os riscos."

Segundo Érica, os cuidados principais para a diminuição desses fatores de risco começam com a atenção à saúde mental. Além disso, continuou, é importante investir em socialização, mesmo que de maneira on-line, pois essa adaptação precisa ser pensada como uma melhor qualidade de vida, com a diminuição dos impactos psicossociais, na prevenção e na promoção da saúde.

A palestra foi acompanhada por alunos inscritos, por meio da plataforma on-line Zoom, além da transmissão simultânea pelo YouTube. A íntegra pode ser revista no canal oficial da Escola do Legislativo, clicando neste link.



Texto:  Pedro Paulo Martins
Revisão:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Escola do Legislativo Pedro Kawai Silvia Maria Morales

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