Janeiro é um mês de preocupação para os moradores de Santa Teresinha, especialmente quando as chuvas intensas chegam ao bairro. No entroncamento entre a avenida Corcovado e rua Nilo Peçanha, o piscinão que era para ser a solução, tornou-se problema e, diante da falta de manutenção no espaço criado para conter a água, as casas sofrem com alagamento.

Bastaram poucos minutos de presença do vereador Dirceu Alves da Silva (SD) para que pelo menos uma dezena de moradores se aglomerasse em sua volta para detalhar os transtornos na região. O problema tornou-se mais intenso nos últimos três anos, agravado pelo crescimento de residências na região e aliado à falta de atenção do Poder Público.

Se antes o piscinão recebia apenas o acúmulo de água das ruas do próprio bairro, agora é também o local de escoamento dos bairros Boa Esperança, Maria Cláudia e Javary 1, 2 e 3. Como as bocas de lobo não recebem manutenção, em menos de 10 minutos já acontece o transbordamento. Outro problema é o mato no entorno e por todo o piscinão.

Há 40 anos no bairro, o aposentado Vicente de Paula Violin, de 61 anos, diz que nem sempre foi assim e que foi preciso muito esforço dos moradores para convencer os prefeitos da construção do piscinão, o que ocorreu na última gestão de José Machado. “É muito estranho, pois o piscinão resolveu o problema das enchentes. De uns anos pra cá, não dá mais conta. Acredito que é preciso rever a tubulação, pois o crescimento da região foi muito grande”, diz ele, que defende ainda a concretagem total da área, a exemplo de um modelo implantado em São José do Rio Preto.

Mesmo nas situações em que o Poder Público parece estar presente, o trabalho é malfeito, lamenta Tamires dos Santos Genovez, de 28 anos, que possui duas crianças. Como exemplo, ela cita a poda do mato realizada há um mês. No entanto, o material cortado não foi recolhido e entupiu os bueiros.

Moradora no número 913 da rua José Linhares, Tamires conta que o marido precisou acordar de madrugada várias vezes para desentupir os bueiros das ruas. Mesmo com o esforço, foi inevitável: a água invadiu sua residência e causou pânico entre os filhos pequenos. “Perdemos muita coisa: cama, sofá, TV, guarda-roupas. As crianças chegaram a ficar sem roupa para ir à escola”, desabafa.

O também aposentado João Bissoli, de 63 anos, defende o desassoreamento da área. Isso porque, com os anos, a própria força da chuva elevou o nível do terreno, o que faz com que ele contenha volume menor de água.  Ele mora há 20 anos no bairro e lembra que há idosos com problema de mobilidade nas residências da avenida Corcovado, o que potencializam os riscos. “Creio que o aumento do muro de concreto no entorno do piscinão pode ajudar a diminuir o problema, embora não seja suficiente para resolver em definitivo.”

Ao vereador Dirceu, os vizinhos também comentaram que a falta de manutenção do piscinão provoca a proliferação de sapos, escorpiões, baratas e ratos nos imóveis.

Embora reconheça o momento de contenção de gastos da Administração Municipal, o parlamentar informou que acionará o prefeito Barjas Negri (PSDB) e que irá procurar uma solução com as secretarias municipais. “Trata-se de uma situação emergencial, que causa um sentimento de revolta na população, por isso, enquanto vereador, é legítimo que leve a demanda ao Executivo e cobre para a sua resolução”, disse Dirceu.