O tema Hospital Regional mais uma vez volta à pauta das discussões políticas devido a informação de que a prefeitura de Piracicaba vai cancelar a licitação que visava a finalizar o sistema hidráulico, elétrico e outros acabamentos.

O Tribunal de Contas do Estado apontou problemas com as empresas participantes do certame o que levou o vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) a questionar, pela terceira vez via requerimento, os fatos que envolvem licitação, o que chamou de um dos mais sérios problemas da gestão pública municipal dos últimos anos.

No requerimento de urgência (1013/2014) aprovado por unanimidade na sessão ordinária de segunda-feira (04), Paiva rememora a história da construção do hospital regional. Segundo ele, em 1982, o então governador do Estado de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, determinou a construção do Hospital Regional de Piracicaba para atender à demanda hospitalar da região.

O município precisava oferecer a doação do terreno e execução de toda infraestrutura necessária. O terreno foi cedido e o Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) realizou as obras referentes ao abastecimento de água e coleta de esgoto.

Depois de 27 anos, conforme relatou Paiva em seu requerimento, as ações para construção do Hospital foram retomadas e oficialmente, no dia 24 de setembro de 2009, o prefeito Barjas Negri (PSDB) apresentou o projeto. O município investiu inicialmente R$ 50 milhões, o Estado de São Paulo, outros R$ 20 milhões.

 “O Governo Federal não poderia investir na obra, apenas em equipar o hospital, informação que, segundo a secretaria executiva do Ministério da Saúde, foi transmitida ao prefeito”, explica Paiva. O vereador incluiu, entre as perguntas do seu requerimento, o questionamento se a prefeitura realmente teria recebido esta informação.

Paiva já definiu a construção do Hospital Regional como um engodo político. A promessa de sua construção fez parte das propostas do então candidato a prefeito e ex-ministro da Saúde, Barjas Negri, na disputa eleitoral de 2004. Na disputa pela reeleição, novamente a promessa foi revalidada e em 2009 apresentado o projeto. O Hospital foi apresentado também como conquista e compromisso de conclusão no processo sucessório municipal em 2012, quando Gabriel Ferrato foi definido como candidato do PSDB.

Segundo Paiva, “à boca pequena” e com direito a registro fotográfico em Brasília, tenta-se atribuir ao Governo Federal a obra inacabada. “Deus escreve certo por linhas tortas realmente. Quem sabe este cancelamento de licitação não sirva para que o governo municipal reflita e pare de investir recursos da atenção básica de saúde nesta obra que já foi doada ao Estado. O secretário (municipal da saúde) Pedro Mello precisa deste recurso no seu caixa”, finalizou.